PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
CAMPINAS
FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA
DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA
NORMAS TÉCNICAS: ESTUDO SOBRE A RECUPERAÇÃO
E USO
URSULA BLATTMANN
CAMPINAS - SP 1994
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
CAMPINAS
FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA
DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM BIBLIOTECONOMIA
NORMAS TÉCNICAS: ESTUDO SOBRE A RECUPERAÇÃO
E USO
URSULA BLATTMANN
Dissertação apresentada ao Departamento
de Pós-Graduação em Biblioteconomia da Pontifícia
Universidade Católica de Campinas, para obtenção do
título de Mestre em Biblioteconomia.
Orientadora : Profa. Dra- Cecília Carmen Cunha
Pontes
CAMPINAS - SP 1994
i
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM BIBLIOTECONOMIA
NORMAS TÉCNICAS: ESTUDO SOBRE A RECUPERAÇÃO
E USO
URSULA BLATTMANN
COMISÃO JULGADORA:
Profa Dra Cecília Carmen Cunha Pontes
Profa Dra Amélia Silveira
Prof. Dr. Silas Marques de Oliveira
CAMPINAS, FEVEREIRO DE 1994.
ii
DEDICO:
Ao meu filho, Oto, pela alegria e felicidade de cada momento.
Aos meus pais, Gertrud e Norberto, pela tolerância.
Aos meus tios Waltraud e Robert B. Marshall, pela experiência de vida.
Ao meu tio Rolf Moecke, pelo despertar a curiosidade em normas técnicas.
Aos amigos Roseli e Carlos Wisser Filho, pelo apoio recebido e principalmente
pelo fortalecimento dos laços familiares e culturais.
iii
AGRADECIMENTOS
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
- CNPq, pela ajuda financeira recebida durante parte do curso possibilitando
a realização do mesmo.
À Professora Dra. Cecília Carmen Cunha Pontes pela sua orientação,
mas principalmente pelas sugestões e paciência durante o desenrolar
desta dissertação.
À Professora Dra. Amélia Silveira pela sua aquiescência
em participar e enriquecer com seus conhecimentos a Banca Examinadora.
Ao Professor Dr. Silas Marques de Oliveira pelas sugestões efetuadas
no Exame de Qualificação que muito ajudaram na execução
desta pesquisa, e também pela sua participação na Banca
Examinadora.
À Professora Dra. Geraldina Porto Witter pela orientação
de análise estatística.
Aos professores e funcionários do Curso de Pós-Graduação
em Biblioteconomia da PUCCAMP, pelos ensinamentos transmitidos e apoio.
iv
Aos professores e funcionários do Departamento de Biblioteconomia
da UFSC, pelo incentivo e apoio.
À Marlene Kaltmaier, sua colaboração foi fundamental
para o desenvolvimento desta pesquisa.
À Sônia Carneiro Campeio (IBICT) pela atenção
e presteza no envio de material bibliográfico.
Às bibliotecárias da PUCCAMP e também da UFSC pela colaboração
na busca e recuperação do material bibliográfico utilizado.
Às bibliotecárias Dirce Maris Nunes da Silva, Gisela Eggert
e Célia Maria Camargo Campos pelas críticas e sugestões
aos questionários.
Às amigas do curso de pós-graduação Márcia,
Emma, Ruth, Maria Aparecida, Miriam, Valdete, Nirlei, Estera pela solidariedade.
Aos colegas da Empresa Compusoft, em especial ao Nestor, Paulo, Celso, Rúbia,
Benoci, Maria, Sérgio, Jairo, Leodir e Vanderci pela compreensão
e apoio.
E a tantos que direta ou indiretamente contribuíram na realização
deste trabalho.
v
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
iv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ix
RESUMO
x
ABSTRACT
xi
APRESENTAÇÃO
1
Estrutura do trabalho
5
1 REVISÃO DE LITERATURA
6
1.1 Estudos de usuários
7
1.2 Normas Técnicas - histórico
12
1.2.1 Conceitos e tendências da atividade de normalização
20
1.2.2 Utilização e recuperação
de normas técnicas no centro de informações 37
1.3 Objetivos
48
1.3.1 Objetivo geral
48
1.3.2 Objetivos específicos
48
2 MEDODOLOGIA
49
2.1 Perguntas da pesquisa
49
2.2 Caracterização da pesquisa
50
2.3 Limitações da pesquisa
51
2.4 Caracterização da divisão de documentação
52
2.5 Sujeitos
56
2.5.1 Critérios para seleção da amostra
56
2.5.2 Amostra intencional
57
2.5.3 Procedimentos
59
2.6 Instrumento de coleta de dados
60
2.6.1 Incidente crítico
61
2.6.2 Questionário
62
2.7 Crítica e apuração dos dados
63
vi
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
65
3.1 Usuários de normas técnicas
66
3.2 Formas de atualização dos usuários
de normas técnicas
66
3.3 Tipos da informação das normas técnicas
71
3.4 Motivo da utilização das normas técnicas
76
3.5 Primeira fonte
80
3.6 Localização da norma técnica
83
3.7 Segunda Fonte
87
3.8 Nível de satisfação
89
3.9 Atitudes na obtenção de normas técnicas
91
3.10 Tempo de busca
92
3.11 Desistência na busca de normas técnicas
94
3.12 Barreiras idiomáticas: normas técnicas
X usuários
95
3.12.1 Idiomas das publicações das normas
técnicas
96
3.12.2 Idiomas de domínio dos usuários
99
4 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
103
4.1 Conclusões da pesquisa
103
4.2 Conclusões
106
4.3 Sugestões
107
4.4 Recomendações
108
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
114
Apêndice A Modelo do Ofício
124
Apêndice B Normas técnicas: estudo sobre a recuperação
e uso
125
vii
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 - Forma de atualização
dos usuários - soma dos postos
68
TABELA 02 - Forma de atualização
- número de sujeitos
69
TABELA 03 - Forma de atualização
- média ponderada
70
TABELA 04 - Prioridade dos tipos de normas
técnicas - soma dos postos
73
TABELA 05 - Prioridade dos tipos de normas
técnicas - número dos sujeitos
74
TABELA 06 - Prioridade dos tipos de normas
técnicas - média ponderada
75
TABELA 07 - Motivo do uso da informação
de normas técnicas - soma dos postos 77
TABELA 08 - Motivo do uso da informação
de normas técnicas - somas dos sujeitos 78
TABELA 09 - Motivo do uso da informação
de normas técnicas - média ponderada 79
TABELA 10 - Localização
das normas técnicas - soma dos postos
84
TABELA 11 - Localização
das normas técnicas - número de sujeitos
85
TABELA 12 - Localização
das normas técnicas - média ponderada
86
TABELA 13 - Tempo de busca na obtenção
de normas técnicas
93
TABELA 14 - Idioma das publicações
de normas técnicas - soma dos postos
97
TABELA 15 - Idioma das publicações
de normas técnicas - número de sujeitos
98
TABELA 16 - Idioma das publicações
de normas técnicas - média ponderada
98
TABELA 17 - Idioma de domínio
dos usuários - soma dos postos
99
TABELA 18 - Idioma de domínio
dos usuários - número de sujeitos
101
TABELA 19 - Idioma de domínio
dos usuários - média - ponderada
102
viii
Lista de abreviaturas e siglas
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
AFNOR - Association Francaise de Normalisation
ANSI - The American National Standards Institute
ASME - The American Society of Mechanical Engineers
ASTM - The American Society for Testing and Materials
BSI - British Standards
CEN - Institution Comités Europeus de Normas
CONMETRO - Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial
COPANT - Comissão Panamericana de Normas Técnicas
DIN - Deutsches Institut fuer Normung
IEC - International Electrotechnical Commission
IHS/VSMF - Information Handling Service / Visual Search Microfilm
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São
Paulo S.A.
ISONET - International Standards Organization International Standards Organization
Network
SINMETRO - Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial
SINORTEC - Sistema Nacional de Informação sobre Normas Técnicas
e Regulamentos Técnicos
ix
BLATTMANN, Ursula. Normas técnicas: estudo
sobre a recuperação e uso. Campinas, 1994.
128 fs. Dissertação (Mestrado em Biblioteconomia)
- Pontifícia Universidade Católica
de Campinas, São Paulo
Descritores: Normas técnicas - Estudo de uso; Normas técnicas
- Estudo de usuários; Normas técnicas - Incidente crítico;
Normas técnicas - Recuperação e acesso
RESUMO
Análise e caracterização da recuperação
e utilização de normas técnicas por usuários
das áreas da engenharia elétrica, química e mecânica.
A pesquisa identificou o comportamento dos usuários de acordo com
os seguintes aspectos: tipo de informação, localização,
tempo de busca das informações, barreiras idiomáticas
existentes, e, satisfação nos resultados da busca da informação.
Na coleta de dados utilizou-se a técnica do incidente crítico
aplicada a uma população amostrai composta de engenheiros.
Os resultados, entre outros, indicam que existe um equilíbrio na utilização
dos canais formais e informais para atualização e acesso dos
documentos. Os usuários utilizam normas técnicas geralmente
para solucionar um problema técnico. Os tipos das normas técnicas
mais utilizadas são as especificações técnicas,
seguidas dos procedimentos e métodos de ensaio. No idioma português
aparecem a maioria das normas técnicas necessitadas, seguidas pelo
idioma inglês. Questiona-se o contexto brasileiro sobre: produção,
divulgação e atendimento dos setores de normalização,
e também ao treinamento e formação de bibliotecários
e cientistas da informação referentes as normas técnicas.
x
BLATTMANN, Ursula. Technical standards: study of access and use. Campinas,
1994. 128 p. Dissertation (Master in Library Science) - Catholic University
of Campinas (São Paulo - Brazil).
Keywords: Technical standards - Users needs; Technical standards -
Users study; Technical standards - Critical Incident; Technical standards
- Access
ABSTRACT
An analysis and caracterization of the access and use of technical standards
by engineers in the electrical, chemical and mechanical fields. The search
identified the behavior of users in the following ways: kind and source of
information, time to find information, recognition of some idiomatic difficulties
in technical standards, and satisfaction with results. In the tested population
the critical incident was used for data collection. Results include the illustration
of a balance between the use of formal and informal channels of communication
to access the documents. Technical standards generally are used to find a
solution to technical problems. The kind of technical standards more frequently
used are technical specifications, technical procedures and assay methods.
Most of the technical standards needed by the users appear in the Portuguese
language, and secondly in the English language. Analysis included questions
about the Brazilian context: production, advertising, reference services
from technical standards organizations; and also professional training and
scholarships for librarians and library scientists in tecnhical standards
areas.
xi
APRESENTAÇÃO
As normas técnicas em bibliotecas, centros de documentação
e informação representam uma das formas de transferência
do "know-how" em diversificadas áreas da ciência e tecnologia.
0 desenvolvimento de normas técnicas teve seu crescimento e explosão
documentacional neste século. A normalização de atividades,
produtos e serviços vêm desde os primórdios da humanidade
facilitando a transmissão de conhecimentos utilizados no cotidiano.
"As normas são de importância vital para o processo de desenvolvimento,
uma vez que as atividades referentes ao ciclo de Pesquisa, Desenvolvimento
e Engenharia necessitam, eventualmente, ser traduzidas para linguagens das
normas para terem efeitos econômicos, e elas devem estar associadas
aos processos de produção e evoluir com eles" coloca Santos
(1982, p.28).
Pode-se dizer que a norma técnica advém de conhecimentos consolidados,
e favorece uma linguagem uniforme entre os técnicos e os profissionais
atuantes em diferentes áreas econômicas, abrangendo tanto o
setor de tecnologia básica, o setor secundário de transformação,
o setor terciário (consumidor) estendendo-se até à área
de política internacional (barreiras não tarifárias).
-1-
Desta maneira dissemina de maneira fácil e sintética, informações
de interesse, promove um intercâmbio de conhecimentos entre instituições
e países, facilita e orienta as ações no gerenciamento
das questões técnicas e econômicas que envolvem as buscas
das soluções dos problemas enfrentados. Assim, verifica-se
que quanto maior o número de normas técnicas em um país,
maior será o desenvolvimento técnico e científico alcançado,
beneficiando a sociedade no geral.
Existem diferentes tipos de normas técnicas e também diversas
instituições de normalização. Praticamente cada
país tem o seu próprio órgão de normalização,
significando uma representação do desenvolvimento científico
e tecnológico. A normalização caracteriza os países
desenvolvidos e em fase de desenvolvimento. Contudo, a norma técnica
também é vista como uma tecnologia em mutação,
isto é, sujeita a revisões quando necessário, pois é
essencialmente dinâmica. Os avanços científicos, fazem
com que as normas técnicas existentes sejam canceladas, substituídas
e revisadas além de proporcionar o surgimento de outras. Partindo
do histórico das normas técnicas e de uma visão geral
do assunto são abordados conceitos e tendências da atividade
de normalização, aspectos da normalização em
âmbito empresarial e a utilização e recuperação
de normas técnicas no centro de informação ressaltando
desta forma este tipo de documento para o cotidiano do bibliotecário.
Outra questão a ser analisada é a realidade brasileira em relação
às normas técnicas, pois a evolução industrial
- 2 -
concretizou-se através da importação de tecnologia de
origem variada e utilizando normas e padrões dos mais diferentes países.
Isto dificultou sobremaneira o controle da qualidade dos produtos, além
de contribuir efetivamente para a baixa competitividade dos produtos brasileiros
no mercado externo. Na afirmação de Neves (1990, p.220) a maioria
das empresas sediadas em território nacional, com exceção
das multinacionais, desconhecem ou não tem interesse pela normalização,
já que a aplicação de recursos no desenvolvimento tecnológico
e organizacional é visto de certo modo desnecessário, para
suprir um mercado interno sem concorrência, em virtude de barreiras
comerciais existentes, causadas pelas elevadas taxas de importações.
A colocação acima parece que está se alterando, pois,
atualmente já existe uma preocupação quanto à
melhoria de qualidade do produto industrial brasileiro. Isto ocasionou, em
1990, o surgimento do Programa Nacional de Qualidade (PNQ). Como efeito surge
na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) um
comitê específico sobre o controle da qualidade - conhecido
como Comitê Brasileiro CB - 25. Entre outros objetivos, o PNQ pretende
estabelecer uma coordenação dos principais centros de documentação
e informação sobre normas técnicas no país, através
da rede do Sistema Nacional de Informações sobre Normas Técnicas
e Regulamentos Técnicos - SINORTEC - composto pelas Instituições:
ABNT, Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial - INMETRO - e pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas
do Estado de São Paulo S.A. - IPT.
- 3 -
A simples organização desta rede não significa que realmente
está sendo usada segundo aos propósitos originais. Questiona-se
até que ponto um projeto como o SINORTEC se justifica em função
de experiências concretas das empresas brasileiras no tratamento de
recuperação e uso das normas técnicas.
Aguiar (1991, p.ll) aborda sobre os "empreendimentos industriais baseados
em tecnologias tradicionais de baixo ou médio conteúdo tecnológico
- tal como ocorre com a maioria das micro, pequenas e médias empresas
- podem se beneficiar de conhecimentos tecnológicos disponíveis
em literatura convencional e não-convencional desde que lhes seja
dado acesso a essas informações". Cita o exemplo que o "provimento,
então, de informações contidas em patentes vencidas
ou não registradas no país, normas técnicas, catálogos
de fabricantes e até mesmo em periódicos poderá contribuir
para que tais empresas adotem procedimentos que conduzam à melhoria
da qualidade e da produtividade desses empreendimentos". Completa o seu pensamento
indicando que as "informações típicas que descrevem
o estado tecnológico de uma indústria ou de um setor, entre
outros destacam-se a existência de serviços estruturados de
controle de qualidade (laboratórios, procedimentos técnicos,
documentação normativa e pessoal qualificado), grau de acessibilidade
a fontes de conhecimento técnico-científico, descrição
da tecnologia utilizada na produção e a capacidade de aperfeiçoar
e adaptar tecnologia para emprego na produção (p.13-14)". Portanto,
verifica-se a importância fundamental em divulgar e utilizar normas
técnicas nos diversos níveis empresariais.
- 4 -
Estrutura do trabalho
0 trabalho está estruturado em 4 capítulos.
0 primeiro capítulo faz a revisão da literatura sobre os estudos
de usuários e principalmente acerca de normas técnicas. Enfoca
aspectos históricos da normalização e seu contexto,
abordando a Norma Técnica como suporte de informações
técnicas num centro de informações.
0 segundo capítulo descreve a metodologia adotada na
pesquisa. Caracteriza o universo da pesquisa, critérios
de
seleção da amostra dos sujeitos, apresenta os instrumentos
de
coleta de dados e a forma da análise de dados.
No terceiro capítulo são apresentados os resultados e a discussão
do dados coletados.
No último capítulo constam as conclusões referentes
ao estudo, bem como apresenta sugestões e recomendações
para futuras pesquisas.
- 5 -
1 REVISÃO DE LITERATURA
0 presente capítulo não pretende ser exaustivo quanto a abrangência
da revisão de literatura sobre estudos de usuários, mas apresentar
uma revisão dos estudos de usuários referentes a determinada
categoria de usuários - engenheiros, efetuados no Brasil, nos quais
foram empregados a técnica do incidente crítico na coleta dos
dados. Em relação a revisão da literatura sobre normas
técnicas, esta obteve cobertura ampla quanto ao período e,
restrita quanto ao sentido da norma: vista como um tipo de documento em unidades
de informação, e não como normas de referenciação
bibliográfica ou como as de uso interno para as determinadas unidades
de informação.
- 6 -
1.1 Estudos de usuários
Sugai (1986, p.26) relaciona as três fases características dos
estudos de usuários. A primeira surge a partir da segunda metade da
década de 1940 quando começaram a ser intensificados os estudos
de usuários. A preocupação perceptível na literatura,
durante o período de estudos que se estendeu de 1948 a 1965, consistia
em tentar investigar o uso da informação pelos cientistas e
engenheiros, por serem essas as áreas onde os problemas eram mais
sentidos e cujos estudos evidenciavam uso de sistemas inadequados.
Entre 1965 a 1970, inicia-se a segunda fase, caracterizado pelos métodos
mais sofisticados de pesquisa, através da observação
indireta para analisar aspectos específicos de comportamento de usuários.
Entretanto, os estudos realizados durante este período produziram
pouco efeito, devido que o enfoque dos planejadores de sistemas de informação
concentrava-se mais no desenvolvimento e aplicação de métodos
de computação para a implantação de sistemas
ao invés de estudos de necessidades dos usuários.
A terceira fase, iniciada a partir de 1970, caracteriza-se pelo envolvimento
dos cientistas sociais em estudos de usuários de outras áreas
tais como a das Ciências Sociais e Humanidades conforme investigado
por Figueiredo (1979) . Sugai enfoca que os estudos de usuários nas
áreas da ciência e tecnologia
— 7 —
restringiram-se ao estudo de canais de informação ou à
solução de problemas específicos observados num determinado
sistema.
Segundo o levantamento realizado por Pereira e outros (1980) os estudos de
usuários realizados no Brasil começam a surgir no final da
década de 1960.
Foi Kremer (1980a) quem realizou uma revisão de estudos enfocando
o fluxo de informação entre engenheiros, analisando autores
mais conhecidos e as diversas técnicas de coletas de dados que foram
utilizados, apresentando fatores que afetam o fluxo de informação.
Dois estudos baseados em Kremer (1979) foram realizados por Andrade (1981)
e Sugai (1986). Andrade (1981) estudou as necessidades informacionais dos
técnicos da Engenharia Básica do Centro de Pesquisas da Petrobrás,
mediante pesquisa de seus hábitos na busca da informação,
através da técnica do incidente crítico. Enquanto que
Sugai (1986) baseando no questionário de Kremer (1979), analizou o
fluxo de informação através do estudo de uso e não-uso
dos canais formais e informais de informação.
A presente pesquisa tenta verificar os estudos de usuários efetuados
em relação a engenheiros, especificamente estudos onde a técnica
de coleta dos dados seja através do incidente crítico. Segundo
a recomendação de Berdie, Anderson e Niebuhr (1986) destaca-se
o estudo realizado por Kremer (1979), quando utilizado para verificar as
principais características entre usuários de
— 8 —
determinada categoria - engenheiros - utilizando a técnica do incidente
crítico.
No critério de revisar a literatura internacional em estudos de usuários
voltados para normas técnicas, que utilizaram a técnica do
incidente crítico, efetuou-se a busca bibliográfica em linha
realizada no arquivo 202 da base Dialogue "Information Science Abstracts",
referente ao período de 1963 - 1993, observou-se que através
do cruzamento dos termos não foram encontradas referências bibliográficas.
No levantamento bibliográfico manual realizado no Library & Information
Abstracts (LISA), referente ao período 1985 - 1990, verificou-se a
existência de estudos sobre sistemas de recuperação (Xilim
(1987), Mc Lelland (1988), Allot (1986), Shupak (1984), Schmidmaier (1988),
Rustamov e Alieva (1984) e Janke (1985)), serviços prestados por entidades
normalizadoras (Hyman (1988), Nagayama e Kanri (1988), Sutter (1988) e Tominaga
e Kanri (1983)) e importância das normas industriais (Ojala (1987),
Jakubicek (1987), Futsuhara e Kanri (1986) e Miller (1987)). Observou-se
, portanto nenhum estudo significativo relacionado com os termos normas técnicas
X estudo de usuários e normas técnicas X incidente crítico.
Por exemplo, o estudo de Miller (1987) enfoca aspectos sobre a necessidade
da biblioteca e não exatamente sobre a necessidade dos usuários.
Enquanto Schmidmaier (1984) salienta a importância das normas técnicas
em pesquisas, considerando como base vital
- 9 -
para treinamento de leitores no uso de normas enfocando aspectos sobre orientação
bibliográfica.
Entre as técnicas de coleta de dados para os estudos de usuários
destacam-se os levantamentos de dados sobre hábitos e preferências
de leitores, os métodos diretos e indiretos de observação,
através de aplicações de técnicas bibliométricas.
Entre as técnicas mais utilizadas estão: o questionário,
a entrevista e o incidente crítico.
Segundo Kremer (1980b) a técnica do incidente crítico consiste
num conjunto de procedimentos determinados que foram aplicados à coleta
de dados em estudos de pesquisa onde está envolvida a atividade humana.
Os dados coletados são incidentes do mundo real (isto é, não
saíram de um laboratório, não são controlados),
que foram observados e registrados por observadores treinados ou por instrumentos
registradores. Os incidentes observados devem obedecer a uma série
de critérios pré-definidos para assegurar um grau de validade
e confiança. Além disso um incidente deve ser uma amostra adequada
de comportamento para permitir inferências ou predições,
ou ambas, que devem ser feitas a respeito do indivíduo ou indivíduos
envolvidos. Para um incidente ser crítico, o objetivo ou intenção
do ato de comportamento deve ser claramente refletido para o observador pelo
contexto no qual o incidente ocorre, de forma a haver poucas dúvidas
a respeito do que vão ser as conseqüências do ato que ele
observa.
- 10 -
Lancaster, citado por Sugai (1986, p.47), define a técnica do incidente
crítico como "um conjunto de procedimentos para a coleta de observações
diretas do comportamento humano, de modo a facilitar sua utilização
potencial na solução de problemas práticos e no desenvolvimento
de amplos princípios psicológicos, delineando também
procedimentos para a coleta de incidentes observados que apresentam significação
especial e para o encontro de critérios sistematicamente definidos".
Lancaster, citado por Kremer (1980b), observa que a teoria da técnica
do incidente crítico baseia-se na facilidade das pessoas se lembrarem
do que fizeram numa determinada ocasião, ao invés de lembrarem-se
do que fazem em geral. Normalmente recordam-se mais claramente do último
incidente de um tipo particular: esse último evento torna-se o incidente
crítico.
Deve ser observado quando utilizada a técnica do incidente crítico,
ao fato de ,que esta não deve ser empregada em épocas quando
o comportamento das pessoas possa ser diferente do normal. Por exemplo, não
deve ser usada para estudar certos hábitos dos empregados de uma empresa
num período na qual esteja sofrendo grandes modificações
na sua estrutura organizacional, salienta Kremer (1980b, p.174).
Flanagan, citado por Sugai (1986, p.48), indica que a técnica do incidente
crítico é essencialmente um procedimento para reunir certos
fatos importantes relacionados com o comportamento, em situações
definidas. Expressa a importância no sentido de conseguir-se relatos
da vida real dos informantes, com
- 11 -
maior detalhe e precisão. Pelo fato das perguntas serem dirigidas
sobre um determinado incidente que ocorreu há pouco tempo, evitando
dessa forma, falhas de memória do informante. Esta técnica
pode ser aplicada junto com questionários, entrevistas e acompanhamentos
diários. Ressalta-se que um dos problemas desta técnica, assim
como pode ocorrer com outras técnicas, os informantes podem tentar
fornecer ao pesquisador ou entrevistador, respostas que eles pensam que este
deseja receber.
1.2 Normas Técnicas - histórico
Historicamente a normalização está intrinsicamente ligada
a origem da civilização, ou seja, com o desenvolvimento das
primeiras agremiações humanas, da produção e
do comércio dos artigos para uso comum, surgiu a necessidade de prescrever
regras de ação para definir padrões quanto a forma,
tamanho, quantidade (dos pesos e medidas) e o valor desses artigos.
A invenção da escrita está entre as mais extraordinárias
conquistas do homem, por ter tornado perene uma forma de comunicação.
O homem através da padronização de sinais consegue descrever
formas, figuras, sentidos, etc. para se comunicarem com os seus semelhantes.
- 12 -
Quando Gutenberg presenteou o mundo com a imprensa, não realizou isto
ao acaso, sem normalização. O exemplo é que "os tipos"
devem ser da mesma altura e permutáveis entre si para compor um conjunto
impresso. Todas as letras possuem um pequeno entalhe uniformizado para que
o tipógrafo possa, somente ao toque, sentir a letra. (WEG, 1985, p.04)
Sanders (1984, p.42) cita o exemplo que a maioria das unidades de medida,
durante a Idade Média, eram originárias do Império Romano
e foram muito distorcidas do original. No fim do século VIII, Carlos
Magno tentou estabelecer unidades de medidas e pesos uniformes em seu vasto
Império, mas não conseguiu seu intento. Entretanto, no século
XIII, todos os governantes europeus começaram, com apoio legal, a
estabelecer normas para as unidades de medição existentes em
seus territórios. Padrões de metal para pesos, medidas de comprimento
e volume foram fabricados e colocados nos depósitos oficiais, servindo
como base para fabricação de padrões secundários,
e assim promovia-se a uniformidade.
A preocupação de muitas empresas, na área econômica
: produção de bens de consumo e serviços - fez com que
através da competitividade, os produtos e serviços não
deveriam perder em qualidade, segurança e economia. No dizer de Souto
(1991, p.ll) "a qualidade não pode ser alcançada se não
puder dispor da norma adequada (...). Tudo depende da finalidade que se pretende
atingir." Portanto, numa empresa com objetivos sobre o controle da qualidade
de produtos, tanto na aquisição de produtos bem como
- 13 -
na venda, há necessidade, de verificar através de padrões
mínimos aceitação os respectivos produtos. Estes padrões
mínimos, conhecidos como normas técnicas, podem ser de diferentes
abrangências, tais como: local, ou seja, em nível de empresa,
regional, nacional, e ou internacional - atingindo parâmetros aceitos
em muitos países, proporcionado a utilização dos produtos
em diferentes níveis de aceitação.
0 reconhecimento da necessidade do preparo de normas técnicas nacionais
foi primeiramente sentido na Grã-Bretanha. Com efeito, um dos mais
antigos institutos nacionais de normalização atualmente existente
é o British Standards Institution (BSI), herdeiro do Engineering Standards
Committee, fundado em 1901.
A necessidade de registrar as atividades de normalização deu
origem a uma nova literatura, isto é, a norma técnica.
A maioria das outras associações de normalização
de países industrializados ocorreu por volta da Primeira Guerra Mundial,
enquanto que para os países em vias de desenvolvimento a data de criação
mais se aproxima da Segunda Guerra Mundial.
Aliás, convém notar coincidências freqüentes entre
nascimento de tais organismos e uma mobilização econômica
nacional, de fins militares ou civis: elas se explicam devido o crescimento
da industrialização através do mundo que trouxe consigo
um aumento do comércio provocando um número cada vez
- 14 -
maior de normas técnicas, fundamentais para a troca de produtos (Back,
1983, p.305) .
Sanders (1984, p.45) relata um fato curioso que por volta de 1965, tendo
em uso um sistema de medidas baseado em polegadas, com a metade das exportações
na Grã-Bretanha sendo embarcadas para países do sistema métrico
decimal, a necessidade de um sistema internacional único tornou-se
imprescindível. Felizmente isso foi possível partindo-se do
sistema métrico europeu, criando-se o Systeme International d'Units
(Unidades do Sistema Internacional) . E assim, finalmente, com o apoio do
Governo e de todos os setores importantes da indústria britânica,
a Grã-Bretanha decidiu mudar, e desde 1972 está a caminho da
conclusão. Os Estados Unidos tem o assunto sob ativa consideração
e podem decidir a mudança muito em breve.
Estas mudanças para sistemas internacionais de unidades básicas,
dependem da política econômica de cada país. Os níveis
de aceitação variam de acordo com os grupos. No caso das indústrias,
trocar pesos e medidas por outro sistema torna-se muito caro. Desde custos
de treinamento de funcionários até problemas da revisão
da documentação de sistemas equivalentes, colocação
e aceitação de produtos no mercado.
Na década de 1960 a normalização internacional começou
a destacar-se. Entre várias razões, Back (1983, p.310) destaca
os fatores que colaboraram:
- 15 -
- a revolução nos métodos de transportes,
contribuindo para o explosivo crescimento do comércio internacional;
- o desenvolvimento das companhias multinacionais, que tiveram suas atividades
comerciais dificultadas por normas técnicas nacionais conflitantes;
- a criação de associações de normalização
em um grande : número de países em desenvolvimento, que sentiram
a necessidade de uma sólida base internacional para o seu trabalho
nacional; e
- o reconhecimento, por outras organizações internacionais,
da necessidade de regras para questões técnicas, ou seja, houve
uma demanda de normas técnicas internacionais.
As normas específicas na indústria nos EUA, segundo Bonino
e Spring (1991, p.97), começam surgir em 1880, aparentemente devido
o crescimento da demanda por bens de consumo após a Guerra Civil.
É interessante observar, segundo Austin citado por Bonino e Spring
(1991, p.98), que a norma primitiva era considerada por engenheiros como
uma literatura verificável. A ênfase na corroboração
da evidência científica encorajou o alto valor no desenvolvimento
de normas, possibilitando a reprodução e verificação
de fatos.
Atualmente nos Estados Unidos da América, existem muitas entidades
normalizadoras (produtoras de normas técnicas), entre as quais destacam-se:
a American National Standards Institute
- 16 -
(ANSI) ; a The American Society for Testing and Materials (ASTM) fundado
em 1898; a American Welding Society; a Society of Automotive Engineers e
a American Petroleum Institute e a American Society of Mechanical Engineers
(ASME).
Montalli (1991, p.47) cita que na Alemanha, o Deutsches Institut fuer Normung
(DIN), Instituto Alemão de Normalização, cria normas
nacionais que não são obrigatórias, porém são
muito usadas pela indústria alemã devido a qualidade das mesmas.
"A The International Organization for Standardization (ISO) é composta
pelos representantes de 90 países e reconhecida como agência
internacional para normalização em vários campos '"
industriais, menos no elétrico e eletrônico, que é reservado
para o International Eletrotechnical Comission (IEC). A ISO-9000 normaliza
os padrões de qualidade dos produtos a serem vendidos no Mercado Comum
Europeu" (Montalli, 1991, p.47). A importância destas normas tão
abrangedoras, fez com que a ABNT preocupando-se com a qualidade de produtos,
empenhou-se na tradução da série ISO-9000, conhecidas
como série NBR-19000 e também NB-9000.
É importante mencionar que a ISO não edita as normas no setor
elétrico e eletrônico, mas, define os níveis de protocolos
que a IEC utiliza para o desenvolvimento das normas.
Montalli (1991, p.47) coloca que "as normas técnicas colaboram para
o incremento do comércio exterior. Os países em desenvolvimento
deveriam usar normas internacionais para tornar seus produtos mais competitivos.
As empresas montadoras teriam
- 17 -
seus problemas de fornecimento de parte de equipamentos solucionados, se
o uso das normas internacionais viesse se tornar prática no contexto
individual."
Além disso, existem outros benefícios, tais como: eliminação
de dúvidas; treinamento simplificado; eliminação de
enganos que podem demandar em altos custos; economia de tempo de engenharia;
agente de modificação na indústria; instrumento de estratégia
de mercado; é uma função da administração
e esta pode gerar e economizar dinheiro para a empresa, pois as normas: aceleram
a tomada de decisão; apresentam soluções para problemas
crónicos, e conservam o efeito dessas soluções, etc.
Back (1983, p.314) relaciona que as vantagens da normalização
são referentes a qualidade, confiabilidade, intercambialidade, disponibilidade,
redução da variedade e economia. Enquanto as desvantagens estão
nas restrições quanto ao projeto, a obsolência, aos custos
de administração e ao tempo.
Vale ressaltar a opinião de Bonino e Spring (1991, p.103) sobre todo
esforço na criação de normas, ou seja, é importante
entender o objetivo da normalização.
Cargill citado por Bonino e Spring (1991, p.104) reforça o novo conceito
de normas como uma ferramenta estratégica da corporação,
isto é, elemento decisivo no processo de tomada de decisão.
O ponto de vista de Cargill, abordado por Bonino e Spring, leva em consideração
o desenvolvimento avançado de normas
- 18 -
para perceberem os benefícios tecnológicos e económicos
que poderão ser obtidos.
Segundo o modelo proposto por Bonino e Spring, derivado de Cargill, indica
que o princípio básico no processo de normalização
que a formação de normas estratégicas antecipam o desenvolvimento
do mercado. Necessita-se ter em mente que as forças tecnológicas
ou o sucesso do mercado contribuem para o desenvolvimento de normas técnicas
possibilitando o direcionamento da amplitude dos motivos de planejadores
estratégicos, e este modelo proposto necessita de normas particulares.
Assim, Bonino e Spring (1991) classificam o novo tipo de normas como sendo
de implementação, "design" e de referência. Tendo por
características:
implementação
são muito parecidas como o desenvolvimento histórico das normas
técnicas;
"design"
direcionadas para o desenvolvimento de produtos; e
referência
têm um impacto prolongado e estão relacionadas com as políticas
de estruturação de mercados.
Segundo a colocação de Campello (1982, p.39) o desenvolvimento
de novas tecnologias é responsável pelo
- 19 -
aparecimento das normas técnicas, cuja utilização é
imprescindível nos processos de produção em massa e
na determinação do nível de qualidade dos produtos industriais
e, é nesse sentido que vale considerar as atividades de normalização.
1.2.1 Conceitos e tendências da atividade de normalização
Os benefícios das normas técnicas são percebidos não
somente guando as pessoas compram uma lâmpada que serve para determinado
bocal, ou como os números de sapatos, independentemente de seus fabricantes.
Estes benefícios de normalização não acontecem
simplesmente - eles são o resultado de entendimentos realizados pelas
partes interessadas (fabricantes e consumidores), muitas vezes reforçados
pelo uso de leis (de segurança) e de regulamentação,
e também pelo entendimento na elaboração de produtos.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT P-TB-49,
p.9) apresenta a Norma Técnica como um "conjunto metódico e
preciso de preceitos destinado a recomendar, fixar ou estabelecer condições
para execução de cálculo, projetos, obras, serviços
ou instalações, bem como para a elaboração de
outras normas, códigos, especificações, métodos
de ensaio, padronização, regulamentos, simbologias ou terminologia
técnicas".
Para Neves (1990, p.220) a normalização significa estabelecer
e aplicar regras tendo em vista ordenar um
- 20 -
determinado domínio de atividade, buscando sempre o mais elevado grau
de tecnologia, pelo menor custo possível, levando em consideração
as condições funcionais e as exigências de segurança,
em benefício da empresa e consequentemente da sociedade.
Neves (1990, p.220) define a Norma Técnica como sendo um documento
que determina como os materiais, serviços e produtos devem ser manufaturados,
definidos, medidos e testados. São documentos que determinam conjuntos
de condições que devem ser respeitados. As normas tem surgido
sempre em operações repetitivas. São desenvolvidas como
procedimento organizado, eliminando as complicações e variedades
supérfluas, a fim de permitir uma produção e uma utilização
racional apoiada em bases técnicas. Enquanto que Amat y Noguera expressa
que "una norma es un dato de referencia que resulta de uma sección
colectiva y razonada y que servira de base acordada para solución
de problemas repetitivos" (1975, p.75).
Segundo Ollner (1981, p.24), as investigações realizadas em
empresas industriais nos Estados Unidos da América e Rússia,
mostraram uma economia média estimada, proporcionada pelo trabalho
de normalização, no valor de seis a dez vezes o investimento
nele dispendido.
0 desenvolvimento das primeiras normas demonstraram a conexão íntima
entre disciplinar a ordem no mercado e a criação de normas.
Por exemplo, existia a preocupação fundamental pelas empresas
produtoras de como os produto eram usados e
- 21 -
consequentemente a manutenção através de longas distâncias
da manufatura (indústria), no caso a padronização de
componentes e do processo eram essenciais para prestar o apoio técnico
(Bonino e Spring, 1991) .
Weiss (1991, p.116) identifica as características da estratégia
relacionada com o desenvolvimento do processo de normas:
- normas são mecanismos poderosos para a transferência
de tecnologia;
- uma norma promissora garante um mercado mais abrangente às manufaturas;
- o processo de normas é conservativo;
- normas produzem um mercado mais competetivo; e,
- a norma tende a estender o ciclo de vida dos produtos.
As normas técnicas estão estruturadas em quatro grandes níveis
de normalização, a seguir resumidas:
1. Internacional - segundo Sanders (1984, p.30) as normas internacionais
são resultantes da cooperação e acordo entre um grande
número de nações independentes, com interesses comuns.
Estas normas pressupõem uso mundial. Servem para mover o desenvolvimento
de normas, com o propósito de facilitar o intercâmbio internacional
de bens e serviços e desenvolver a
- 22 -
cooperação mútua na esfera da atividade intelectual,
científica, tecnológica e económica. Exemplos destas
normas são: ISO e IEC.
Santos (1982) recomenda à nível internacional que os países
em desenvolvimento devem participar em órgãos internacionais
dedicados à normalização industrial a fim de não
serem prejudicados pelas barreiras técnicas não tarifárias
que discriminam produtos e os tiram da competitividade no mercado internacional.
2. Regional - são normas introduzidas por
um limitado grupo de nações independentes, ou por uma associação
regional de
normas, para benifício mútuo. Neste caso, são as normas
da COPANT e CEN (Comités Europeus de Normas).
3. Nacional - são normas "editadas após
verificação do consenso de todos os interessados em um país,
por uma organização nacional de normas, que seja reconhecida
como autoridade no respectivo assunto " coloca Sanders (1984, p.30). Neste
caso são as normas da ABNT, DIN, etc.
Um país de economia desenvolvida tem sua tecnologia própria
e, por conseguinte, suas próprias normas. Quando exporta seus produtos,
exporta também suas normas, que foram incorporadas na fabricação.
Se o importador quiser complementar estes produtos ou substituir peças,
deve necessariamente especificar de acordo com as normas do país produtor.
Os países neste estágio, segundo Back (1983, p.304), têm
um elenco de normas nacionais muito desenvolvido, abrangendo quase todos
os setores de atividade.
- 23 -
Verifica-se portanto que as economias em desenvolvimento possuem um setor
industrial em formação, à base de tecnologia importada
mesclada a tecnologia própria ou já incorporada. Além
disso, as suas matérias-primas, na maioria dos casos, estão
sujeitas a normas internacionais ou a normas nacionais dos países
compradores. Estes países possuem um número restrito de normas
nacionais próprias, às vezes copiadas das normas estrangeiras
que se adaptem a seus interesses, não perfeitamente definidos. Back
(1983, p.304) coloca que uma das consequências deste fato é
a coexistência, no campo da produção de bens e serviços,
de normas técnicas das mais diversas procedências: cada indústria,
tecnologia ou equipamento importado traz no seu bojo as normas do país
de origem, ocupando o vazio da normalização nacional e, muitas
vezes, funcionando como barreiras protecionista de sua produção.
O consumidor divide assim com o produtor os ónus e o custo da falha
de uma normalização nacional única.
As normas técnicas nacionais, segundo Veado (1985, p.3) são
documentos . . . "que refletem a consolidação de uma tecnologia,
nelas podem encontrar-se a definição dos parâmetros de
um produto, sua provável padronização e os métodos
para sua certificação".
4. Empresa - segundo definição dada por NEVES (1990,
p.221) as normas de empresa têm caráter restrito à empresa
e fundamentalmente a uma redução de custos, através
da redução de variedades, padronizações, racionalização
de tarefas e processos,
- 24 -
contudo representa um elo intermediário com a normalização
á outros níveis.
A experiência obtida na empresa deve ficar devidamente registrada a
fim de facilitar a sua utilização por todas as pessoas interessadas.
Caso contrário, tal experiência ficará limitada a um
pequeno número de pessoas. Isto é de especial importância
para um país como o nosso em fase de desenvolvimento, em que a rotatividade
dos empregados , é alta e onde é de máxima importância
a retenção do "know-how" (tecnologia) da empresa.
Completando o pensamento acima, Back (1983, p.303) enfatiza que as empresas
de um modo geral, independentemente do fato de serem pequenas ou grandes,
devem produzir de acordo com normas e, preferencialmente, devem ter organização,
ainda que rudimentar, para prepará-las e mantê-las permanentemente
atualizadas.
Pacheco (1991, p.26) destaca os principais problemas enfrentados pelas empresas
de pequeno e médio porte visando ao seu desenvolvimento tecnológico.
Constatando-se também a falta de padronização e normalização
de matérias-primas, componentes e produto final; a falta de controle
de qualidade de produtos e processos; falta de conhecimento de empresas ou
instituições que ofereçam serviços de informação
e laboratoriais; e, dificuldade de adaptação tecnológica
de seus produto às condições regionais.
A crescente necessidade de informação sobre normas e a importância
de compartilhar experiência e sistemas de desenvolvimento eficientes
para o manuseio da informação
- 25 -
motivaram a criação, em 1969, de um Comité para manter
informado o Conselho da ISO sobre tais assuntos. (Pedroso, 1985, p.02). Este
comité encontra-se localizado na sede da ISO, em Genebra -Suiça
.
Devido esta necessidade começa a surgir a rede de informações
da ISO - ISONET. Com a colaboração da UNESCO oferecendo suporte
para o estudo de praticabilidade em 1975, e no ano seguinte fica estabelecido
o ISONET, sendo um acordo entre órgãos de normalização
para combinar seus esforços de modo a tornar disponíveis as
informações sobre normas, regulamentos técnicos e assuntos
relacionados, quando solicitados.
Segundo Pedroso (1985, p.07) "em cada país existe um membro ISONET,
usualmente um membro ISO com amplo conhecimento de normalização
e atividades regulares no país concernente. ISONET compreende uma
rede de centros de informação de normas nacionais e sua ligação
entre eles". Pedroso complementa que em maio de 1984, o INMETRO, a ABNT e
a Secretaria de Tecnologia e Informática - STI , assinaram um protocolo
de intenções, no qual ficou definido que o INMETRO seria o
membro nacional brasileiro para o ISONET e a ABNT membro associado nacional
desta rede.
Devido a grande extensão do Brasil e, visando facilitar o atendimento
aos usuários nacionais, o Sistema Nacional de Informações
sobre Normas e Regulamentos Técnicos - SINORTEC - foi desenvolvido
a nível de Rede, formado por Núcleos Básicos de Informação
em normas técnicas (INMETRO, ABNT E IPT), Regionais (IPT/SCT) e Setoriais.
- 26 -
O SINORTEC destina-se a difundir o conhecimento científico e tecnológico
dos documentos normativos e servir de interface a sistemas similares a nível
internacional.
No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas
surgiu em 194 0. Back (1983, p.3 04) explica que a ABNT "como entidade nacional
de normalização e com a adequada utilização dos
recursos humanos disponíveis, procurou ao longo dos anos enfrentar
o problema das diversas opções para absorção
da tecnologia importada, através da unificação das várias
fontes existentes no país".
As normas brasileiras, segundo a ABNT NBR 6822/1982, em suas prescrições
visam obter: defesa dos interesses nacionais; racionalização
na fabricação ou produção e na troca de bens
e serviços, através de operações sistemáticas
e repetitivas; proteção dos interesses dos consumidores; segurança
de pessoas e bens; e uniformidade dos meios de expressão e comunicação.
Um exemplo referente a proteção dos interesses dos consumidores
ocorre através da qualidade adequada de bens e serviços existentes.
Uma tentativa que está sendo colocada em prática é o
Código de Defesa do Consumidor, onde o consumidor tem importante participação
na qualidade do bem ou serviço recebidos. Pela Lei n° 8.078, de
11 de setembro de 1990 - no artigo 39 item VIII, onde "é vedado ao
fornecedor de produtos ou serviços (...) colocar no mercado de consumo,
qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos
órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas
não existirem, pela ABNT ou
- 27 -
outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial - CONMETRO".
Os autores Back (1983, p.309) e Pedroso (1985, p.49) demonstram que a ação
da ABNT no campo internacional se fez sentir desde os primeiros anos de sua
criação. A ABNT participou da Assembleia Geral, em 1946, realizada
em Londres, na qual foi decidida a fundação da Organização
Internacional de Normalização - ISO ; desde então a
ABNT colabora com esta entidade.
Quanto a ligação da ABNT à Comissão Elétrica
Internacional -IEC, é desde 1910, quando então o Comité
Brasileiro de Eletricidade - COBEI participava.
A ABNT está afiliada a Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas
- COPANT desde 1947 quando fundada no Brasil. A COPANT tem como objetivo
elaborar e aprovar normas regionais visando a impulsionar as transações
comerciais entre os países americanos.
Quanto a difícil aceitação ou até imposição
de normas técnicas no mercado brasileiro, a ABNT consegue o seu espaço,
recebendo o apoio do Governo Federal, através da Lei n. 4.150 de 21
de novembro de 1962.
Em 1971 a política de tecnologia industrial tinha, como um dos principais
objetivos, a melhoria da qualidade de produção destinada a
exportação, que implicava, por sua vez, em garantir o suprimento
da tecnologia utilizada no processo produtivo, com ênfase no fortalecimento
da capacidade nacional de decisão no setor industrial. (PADCT, 1984,
p.95). Daí, a decisão de adotar,
- 28 -
em 1971, um amplo programa de expansão e modernização
das estruturas, laboratórios e formação de pessoal especializado.
Para a implantação do programa foi realizado um estudo global
que deveria examinar os aspectos técnicos, económicos, financeiros
e institucionais de um Sistema Nacional de Metrologia, adequado â conjuntura
nacional, denominado de Projeto de Implantação do Laboratório
Nacional de Metrologia (PADCT, 1984, p.95).
Algumas das vantagens apresentadas no documento do PADCT -Subprograma de
Tecnologia Industrial Básica (1984, p.89) são:
- os prejuízos decorrentes do deficiente emprego da infra-estrutura
em tecnologia industrial básica, principalmente em normalização
e qualidade industrial, são estimados em 10 bilhões de dólares
(1983), representando cerca de 15% do produto industrial, que somava US$
65,1 bilhões no ano de 1984;
- a normalização de fios e condutores elétricos,
tanto via metrificação como pelas normas dos materiais
isolantes,
possibilita uma economia de até 20% da importação
brasileira de cobre; e;
- assim, na medida em que se padronizam produtos pela normalização,
é possível obter-se expressiva redução de estoques
(matérias-primas e produtos acabados não vendidos), e, consequentemente
minimizar o capital de giro respectivo. Da mesma forma, através do
controle de
- 29 -
qualidade reduz-se os rejeitos da produção e por
consequência os custos de produção.
Reconhecendo a necessidade de consolidar os esforços até então
feitos visando desenvolvimento nesta área específica, o Governo
instituiu no país o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial - SINMETRO , pela Lei 5.966 de 11 de dezembro de 1973,
tendo como finalidade de formar e executar a política nacional de
metrologia, normalização industrial e certificação
de qualidade de produtos industriais, sendo integrado por entidades públicas
ou privadas que exerçam atividades relacionadas com metrologia, normalização
industrial e certificação de qualidade de produtos industriais.
(NBR 6822 mar. 1982)
Esse Sistema - SINMETRO, coloca Back (1983, p.305), tem como órgão
normativo e supervisor o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial - CONMETRO , e como órgão executivo
o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial - INMETRO .
0 INMETRO é o Fórum GOVERNO e tem a atribuição
de classificar e ou registrar as Normas Brasileiras conhecidas pela sigla
de NBR, distribuídas em: normas compulsórias (NBR1), normas
referendadas (NBR2), normas registradas (NBR1), normas probatórias
(NBR4).
Enquanto a ABNT é o Fórum NACIONAL e tem atribuição
de elaborar e revisar as normas técnicas, através de um consenso
- 30 -
nacional, com a participação de representantes de: Órgãos
Governamentais; Empresas Públicas e Privadas; Laboratórios
Nacionais; Universidades; Associações de classe, etc. Portanto,
verifica-se a necessidade de colaboração e principalmente de
participação de toda sociedade revertendo em benefícios
gerais para a nação.
Uma norma passa por uma série de etapas na elaboração
até a implantação. No decorrer dos trabalhos na ABNT,
as comissões de estudos baseiam-se num texto-base (valendo como anteprojeto),
Projeto de Norma e/ou a Norma propriamente dita.
A comissão de estudo considera como texto-base as normas internacionais,
as normas nacionais e estrangeiras (em diversos
níveis e países) e os estudos originários do Brasil.
Esse texto base é traduzido ou trabalhado por um ou mais de seus membros
e, depois de estudado e discutido por todos os membros em reuniões
programadas, é transformado em Projeto de Norma. Este é reproduzido
e sua divulgação é feita por meio de circular enviada
a todos os sócios da ABNT para apresentarem sugestões pelo
prazo de três meses. Depois de aceitas ou não as sugestões
propostas, o Projeto é revisado pela Comissão para ser transformado
em Norma que só entrará em vigor depois de votada pelos sócios
e após sessenta dias de sua publicação. 0 prazo máximo
para elaboração de uma norma a partir do texto-base é
de dois anos, prorrogável em casos excepcionais e não deve
permanecer mais de cinco anos sem revisão (Dória, 1976).
- 31 -
O resultado são inúmeros documentos existentes na edição
de normas técnicas. Uma norma possui, portanto, uma série de
revisões ficando díficil de obte-las. Relembrando que as normas
estão no desenvolvimento de projetos, produtos e serviços que
num determinado momento poderão ser solicitadas para a verificação,
inspeção ou adequação. E neste momento que a
agilidade, a qualidade do acervo (coleção) e o serviço
existente num centro de informação é de fundamental
importância.
Dixon Jr. citado por Bonino e Spring (1991, p.97) menciona que raramente
são fornecidas a origem, criação, valor e a utilidade
de normas. Este fato torna-se numa dificuldade em recuperar determinada norma,
principalmente no caso da ABNT, onde as normas nacionais sofrem alterações
(revisões) e mudam de codificação com uma frequência
absurda, dificultando ainda mais a recuperação e utilização
das normas. A própria ABNT deveria padronizar mais a normalização
interna, demonstranto maior senso em relação a codificação,
considerando que o exemplo neste caso é fundamental para estimular
a normalização em diversos níveis empresariais.
A elaboração das normas, pela ABNT, é feita de acordo
com um documento-guia, designado NBR-6822 de março de 1982 e também
pela NB 0 de agosto de 1990, fontes indispensáveis para o profissional
que trabalha com normas técnicas (ou com a normalização).
Nestas normas são apresentadas os tipos, a estrutura e a apresentação
redacional das normas técnicas brasileiras.
- 32 -
A atual estrutura da ABNT possui cerca de 4,5 mil sócios, entre empresas
e pessoas físicas e mantém 25 comités técnicos
responsáveis pelo trabalho de análise e preparação
de normas para os diferentes segmentos de atividade. São aproximadamente
800 comissões que estão trabalhando com o objetivo de elaborar
as -normas técnicas necessárias para atender aos diversos programas,
entre eles, o Programa de Competividade Brasileiro.
A ABNT conta com cerca de 8.500 normas técnicas. Mesmo assim o número
de normas técnicas brasileiras realizadas pela ABNT é muito
pouco em relação á outros países como Japão,
Estados Unidos e ou Inglaterra. A falta de normas reflete de um lado, o baixo
nível de exigência do consumidor brasileiro, que se preocupa
muito mais com o preço que com a qualidade do produto. Por outo lado,
mostra um fabricante acomodado, pois além de ter um consumidor não
acostumado a reclamar, possuia um mercado altamente protegido. A situação
tende a modificar pelo novo Código de Defesa do Consumidor e também
pela política de abertura do mercado para importações
que devem servir como instrumentos para impulsionar o processo de normalização.
Isto significa que a normalização esta presente desde a adequação,
controle da qualidade até a aceitação dos produtos.
Segundo o Boletim do 2° Congresso Internacional de Normalização
e Qualidade (1991, p.01) a quantidade reduzida de normas técnicas
no Brasil acarreta grande número de produtos com defeitos e volume
acentuado de desperdícios. Os números são assustadores,
entre os quais destacam-se que a média brasileira
- 33 -
de defeitos é de 25.788 por milhão, enquanto o padrão
internacional é de 200 defeitos por milhão. De acordo com as
informações do Ministério da Economia e da Secretaria
de Ciência e Tecnologia, o Brasil chega a desperdiçar US $ 40
bilhões por ano com produtos defeituosos ou fora de especificação,
com a má utilização dos equipamentos das empresas, com
o desperdiço na fabricação e com serviços de
pouca qualidade. Resultando uma perda de 5% a 3 0% de produção
nos diversos setores da economia, devido à falta de padronização
na produção e no atendimento ao consumidor.
Pelo exposto, a situação brasileira ainda encontra-se em estágio
de país em desenvolvimento, devido a grave falta da normalização
de bens, produtos e serviços. Assim a sociedade brasileira continuará
em defazagem até que novos rumos sejam traçados. Vale salientar
que quando uma norma é convenientemente elaborada, isto é,
com o envolvimento da sociedade, dos órgãos produtores, as
entidades de classes, ela constitui o melhor meio de integrar as fontes de
tecnologia existentes e orientá-las com o interesse nacional.
Após o preparo e a promulgação de normas nacionais,
recomenda-se encorajar o seu uso. A aplicação das normas pela
indústria com a resultante simplificação e economia
tecnológica, sem contar com a transferência de tecnologia que
é feita através da informação codificada oferecida
pelas normas que inevitavelmente fortalece a economia global. Back (1983,
p.306) conclui que deva existir um órgão único de normalização,
para
- 34 -
reunir e fornecer os meios para realizá-la o mais rápido, da
melhor forma e o mais económico possível.
Segundo Santos (1982, p.28), a nível nacional as normas são
importantes para a gestão da produção industrial e da
alocação de recursos nacionais no sentido que contribuem para
o aumento da produtividade e asseguram a eficiência económica.
Referente aos aspectos da normalização em âmbito empresarial,
Back (1983, p.303) apresenta alguns princípios acerca da elaboração,
controle e atualização, dos quais destacam-se: o registro apropriado
das normas empresariais, acesso ao registro acessível às principais
seções da empresa; designar um responsável para manter
as normas atualizadas (revisão, edição e controle),
e, distribuir cópias de normas aos departamentos interessados.
Enquanto que Souto (1991, p.17) apresenta os requisitos do chefe de um órgão
de normalização, entre os quais se destacam:
- conhecimento de um ou mais idiomas, além da língua
materna, sugere entre eles: inglês, francês, alemão, russo
e/ou espanhol;
- conhecimento e, se possível, experiência nos trabalhos de
estudo que a empresa desenvolve;
- bom conhecimento quanto aos produtos produzidos pela empresa;
.
- 35
- cultura técnica económica para equacionar os
vários problemas que enfrentará;
- espírito claro e metódico, a fim de ser capaz de efetuar
convenientemente a análise e proceder a síntese dos assuntos
que lhe serão submetidos; e,
- ter apoio da Direção Geral, sem o que dificilmente os resultados
esperados serão satisfeitos.
Verifica-se que os requisitos mencionados por Souto não determinam
claramente de qual categoria de profissional deva ser o respectivo chefe.
No contexto brasileiro, tudo depende da empresa (tamanho e objetivos) e do
profissional a ser contratado, geralmente são engenheiros relacionados
com as áreas de desenvolvimento e produção. Em grandes
empresas observa-se a existência de uma equipe, com profissionais de
diferentes áreas: engenheiros, bibliotecários, documentalistas,
projetistas, digitadores, etc. Observando que cada profissional colabora
com os requisitos existentes de sua área.
Através da informação organizada, elaborada e estruturada,
o homem adquire mais poderes e diminui o tempo na tomada de decisão.
Portanto, a informação tecnológica, existente nas normas
técnicas deve ser: relevante, exata, precisa, significante, atualizada,
no formato apropriado, disponível quando solicitada e obtenível
a um preço justo. Assim, verifica-se a importância da utilização
e a recuperação de normas técnicas num centro de informações.
- 36 -
1.2.2 Utilização e recuperação de normas
técnicas no centro de informações
Segundo a estrutura da instituição e principalmente as áreas
de sua atuação implicará no tamanho, necessidade, tratamento,
disseminação e uso da coleção de normas técnicas
no centro de documentação da instituição.
Um serviço de informação sobre normas técnicas,
conforme exposto por Ricci (1990, p.05), tem como propósitos :
-adquirir e desenvolver uma coleção utilizável;
- obter documentos sobre normas técnicas conforme as solicitações;
- promover serviços de referência (rede e ou sistemas "on-line"
e serviços de traduções);
- manter a coleção (arranjo físico, ordem alfabética,
idiomas, localização, circulação, manual de procedimentos,
etc.);
- documentar e catalogar (sistemas manuais ou automatizados); e,
- estimular o uso de normas técnicas em todas as possíveis
aplicações .
Segundo Santos (1982, p.29) existem dois níveis de necessidades de
informação sobre normas técnicas sendo o primeiro
- 37 -
a divulgação e outro referente ao tratamento e recuperação
bibliográfica.
No primeiro caso, a divulgação de normas técnicas, Santos
indica que os países em desenvolvimento precisam entender o papel
da normalização no desenvolvimento da nação.
Sugere um serviço de informação (divulgação)
e relações públicas que esclareça ao público
em geral e conscientize as empresas sobre a importância e as vantagens
das normas no desenvolvimento.
Em níveis universitários, Musser (1990, p.60) salienta que
a educação sobre normas técnicas está ocorrendo
também no mundo académico, geralmente na área de engenharia
através de: pesquisas e participação no desenvolvimento
de normas e normalização, adição de leituras
e seminários, expansão de programas de educação
continuada, desenvolvimento de cursos específicos sobre normas em
nível universitário. Portanto, uma biblioteca universitária
deve reconhecer a necessidade de normas técnicas em sua coleção
e também providenciar acesso à literatura de normas técnicas.
No sentido de tratamento e recuperação bibliográfica
a necessidade de informação é muito grande tanto para
o conhecimento da existência quanto do conteúdo das normas,
para aqueles diretamente interessados na elaboração bem como
no uso das mesmas. Esta afirmativa pode ser ilustrada com o exemplo citado
por Piety e McCormick, onde a Biblioteca Pública de Cleveland (EUA)
começou a organização do acervo, em primeiro lugar para
atender a produção da indústria local, e com os anos
- 38 -
tornou-se um importante centro de referência, considerada um depósito
federal das especificações e normas técnicas federais.
Devido ser impossível - recursos financeiros para aquisição
e espaço físico para armazenamento - colecionar todas as normas
numa determinada área, o acesso foi facilitado pela aquisição
de catálogos das entidades normalizadoras.
0 fato da maioria dos países terem centros normativos e empresas (fabricantes,
consumidores, órgãos governamentais, etc.) necessitarem de
normas, isto reflete na acumulação de um tipo de material bibliográfico
específico, que precisa também de um tratamento técnico
adequado para a organização e disseminação do
mesmo.
Campello (1982, p.41) apresenta que ao contrário de livros e periódicos,
que praticamente não apresentam problemas para a atividade do bibliotecário,
os materiais não-convencionais exigem atenção constante,
já que todo o trabalho a ser desenvolvido com eles é complexo
e apresenta uma série de problemas, que vão desde o saber de
sua existência, o arquivamento, passando pelo processo de aquisição,
registro e processamento técnico.
0 profissional da informação precisa saber onde estão
localizadas ou onde possam localizar normas técnicas. Amat y Nogueira
(1975, p.79) menciona que as fontes de localização das normas
técnicas variam, desde: catálogos e índices de normas
estabelecidas; listas periódicas de normas classificadas, boletins
oficiais publicados pelos organismos de normalização (contém
informações sobre novas normas e normas revisadas,
- 39 -
projetos de normas, modificações, normas canceladas e novos
materiais normalizados); nas listas de aquisições de bibliotecas;
nas revisões e listas publicadas em revistas científicas e
técnicas, boletins de resumos e outras fontes bibliográficas;
e principalmente os informes anuais dos órgãos de normalização
que contém listas de normas preparadas num período de estudo,
assim como na correspondência com as organizações que
se interessam por questões análogas do mesmo país bem
como no exterior.
Dedding & Tanaka (1991, p.69) mencionam que desde 1938 o Setor de Informação
sobre Normas Técnicas (INTEC) do IPT vem prestando serviço
de informação na área de normas técnicas à
indústria e engenharia nacional, cuja demanda por informação
nessa área cresce a cada ano. Acrescentam ainda que o INTEC possui
um acervo de mais de 800.000 documentos normativos, entre normas vigentes,
históricas e duplicatas, de natureza industrial e ou governamental
e de origem nacional, nacional-estrangeira e internacional. Portanto é
considerado como um dos maiores e mais completos acervos da América
Latina.
O acesso às normas técnicas das coleções do IPT,
conforme o boletim do SINORTEC (1986, p.3), "dá-se através
de catálogos, em papel e em microfilme, elaborados pelo Information
Handling Service (IHS) que constitui uma "base de dados" em normas técnicas
industriais americanas, estrangeiras-nacionais, e internacionais, com as
seguintes possibilidades de entrada: número e / ou título e
/ ou assunto da norma".
- 40 -
O Worldwide Standards Service (WSS), publicado pelo Information Handling
Service, edita um catálogo que relaciona normas técnicas de
54 entidades americanas e 16 outras entidades de países europeus e
do Japão. Esse serviço pode ser consultado também em
Compact-disk Read-only Memory (CD-ROM) ou "on-line" (Mendonça, Veiga,
1991, p.785).
Belfrage (1990, p.89) cita outros serviços sobre normas existentes
no formato eletrônico, entre os quais destacam-se DIALOG Information
Services - possibilita sob arquivo 92 (File 92), a pesquisa sobre normas
técnicas com obtenção muito difícil, tais como
as japonesas, alemãs, britânicas, francesas, canadenses, australianas
e da Arábia Saudita. A pesquisa poderá ser realizada por assunto,
número do documento ou pelo código L0CATOR.
Ricci (1990, p.32) menciona as bases de dados multinacionais mais importantes
na área de normas técnicas: CELEX - EEC European Economic Community,
FOREGE - Food Regulations Enquiries e ÍCONE - normas da ISO e IEC
série 28000.
Campello (1982, p.46) coloca que uma seleção bem feita vai
exigir que o bibliotecário esteja constantemente informado sobre as
atividades das instituições normalizadoras, através
de suas publicações (revistas, boletins, folhetos, etc.) .
Até saber que tipo de norma técnica adquirir, se uma nacional,
nacional-estrangeira ou internacional. '
- 41
É importante que o responsável pela coleção da
biblioteca técnica conheça bem os diversos tipos de materiais
que formam a literatura tecnológica e compreenda que cada um tem determinada
função e se presta a determinada finalidade (Campello, 1982,
p.41) .
Uma introdução para os profissionais da informação
que necessitam trabalhar com normas técnicas é abordada claramente
pelos autores Walt Crawford em sua obra Technical standards: an introduction
for librarians, e Franklin C. R. Souto com a publicação Uma
visão da normalização. Na revista Science & Technology
Libraries volume 10 número 3, podem ser encontrados esclarecimentos
sobre os diferentes aspectos no desenvolvimento de coleções,
acesso aos sistemas, treinamento de pessoal envolvido com normas técnicas.
Para o desenvolvimento da coleção, observa-se que Ricci (1990,
p.7) questiona pontos importantes sobre:
- Que normas técnicas serão adquiridas?
- Como devem ser mantidas as atualizações?
- Que formato deverá ser usado?
- De quem serão adquiridas?
Segundo Musser (1990, p.61), o primeiro passo para o desenvolvimento de uma
coleção de normas - em nível de biblioteca universitária
- é determinar a nível da coleção quem irá
prover os recursos financeiros. Devido os preços de normas serem altos.
- 42 -
Observa também que geralmente as normas não são instrumentos
de pesquisa, individuais, ou seja, requerem outras normas ou partes de conjuntos
de normas.
As necessidades dos usuários da organização determina
quais normas técnicas deverão ser adquiridas, conforme mencionado
por Ricci (1990, p.7). As normas podem ser solicitadas pelos usuários
pessoalmente, por telefone, telefax, correio eletrônico, ou pelo empréstimo
inter-bibliotecário. As normas técnicas podem ser recuperadas
pela entidade normalizadora, assunto, número, Comité responsável,
descritores e ainda pelo idioma impresso.
Outra questão a ser observada é quanto ao tipo do formato em
que as normas técnicas podem aparecer. Geralmente são publicadas
pelas entidades normalizadoras em papel (formato A-4, folhas soltas, ou formato
A-5 coletâneas tipo livro), microfilmes, cartão-janela, e CD-ROM.
Ricci (1990, p.10) indica que para coleções completas e extensas,
o microfilme é um método eficiente para o armazenamento. Mas,
observa que o tamanho da coleção completa deve ser levado em
consideração a quantia de espaço e recursos financeiros
disponíveis. Isto determinará o formato a ser adquirido. Cita
por exemplo, que a opção pela microfilme requer um armazenamento
especial, equipamento para leitura e realização de cópias,
mas reduz substancialmente o tamanho do espaço para armazenagem. No
caso de uma coleção completa não ser necessária,
a opção por cópias em papel provavelmente será
a escolha adequada.
- 43 -
Existem dificuldades para recuperar as informações e os documentos,
por exemplo, referentes as questões do custo dos documentos, acesso
a serviços informacionais e profissionais capacitados. Reforçando
esta idéia, observa Vergueiro (1989, p.30) relatando que em Bibliotecas
Especializadas ou de Empresas a presença de materiais não-convencionais
- relatórios, patentes, normas, "pré-prints", etc. - exigem
dos bibliotecários "um enorme esforço para localização
e obtenção dos itens desejados".
Musser (1990) recomenda a utilização de catálogos das
entidades normalizadoras e também os catálogos de Associações
ou
Grupos de Bibliotecas. Ressalta os cuidados que se deve tomar para acessar
o material - no momento da catalogação -, pois existe um grande
número de normas técnicas colocadas em manuais e outros textos
impressos. Nestes casos é difícil a identificação
e 'a localização, entretanto são importantes ao usuário
final.
É essencial ressaltar ainda a cooperação com bibliotecas
congêneres, pois normas técnicas são publicações
dinâmicas e na maioria das vezes solicitadas com urgência, o
que obriga o bibliotecário lançar mão de esquemas cooperativos.
(Campello, 1982, p.46) Musser (1990, p.64) também recomenda para acessar
normas técnicas de coleção, Musser também recomenda
o empréstimo interbibliotecário. Sugere como política
na elaboração do acervo outros recursos bibliográficos
como ferramentas sobre normas técnicas: indíces, catálogos
e documentos das entidades normalizadoras, listas e catálogos de bibliotecas
e associações,
- 44 -
bases de dados de produtos, relação de postos de vendas, menciona
como recursos educacionais as bibliografias sobre normas técnicas.
A manutenção da coleção requer a adoção
de políticas sobre os aspectos: espaço físico, aquisição,
seleção, arranjo (alfanumérico), descarte, atualização,
circulação (empréstimo interbibliotecario), problemas
referentes a barreira idiomática e dos procedimentos de rotina a serem
adotados.
Através de listas de "check-in" pode-se orientar os procedimentos
que deverão ser utilizados nos documentos a serem processados. Estas
listas fornecem um panorama daquilo que precisa ser realizado e do que já
foi feito. Facilitando desta maneira o trabalho da equipe.
0 IPT executa o seguinte tratamento ao arquivamento das normas técnicas:
são arquivadas, em ordem numérica, por entidade de normalização,
sendo seu registro feito nos catálogos das próprias entidades,
complementada por fichário de assunto. As alterações,
correções e complementaçoes fornecidas pelas entidades
de normalização, acham-se anotadas nas respectivas normas,
visando sua atualização.
0 centro de documentação em trabalho conjunto com o órgão
de normalização, portanto, deve:
- estar sempre informado com relação aos órgãos
de normalização nacionais, regionais e internacionais, além
de participar e acompanhar as atividades externas, de
- 45 -
acordo com os assuntos abordados e as metas estabelecidas pela
empresa;
- tomar iniciativa e incentivar a elaboração de novas normas
e revisão das já editadas, de acordo com novos conceitos, previamente
analisados e testados, observando sua adequação física
e econômica na empresa;
- elaborar listagens de materiais existentes na empresa, no âmbito
global, limitando quando possível, a duplicação dos
mesmos, nos departamentos de projetos e manutenção da empresa;
- criar um arquivo técnico, de normas técnicas, revistas, catálogos,
periódicos, etc, indexado, adequado a implantação do
serviço e normalização e gradualmente projetar para
um determinado período de tempo o mesmo. Este período limita-se
a projeção do desenvolvimento da empresa.
0 acesso a normas técnicas é vital se for levado em consideração
a educação referentes das mesmas. Cabe salientar a colocação
de Musser (1990, p.64) onde expressa que a coleção de normas
técnicas é um dos primeiros passos a serem tomados para aumentar
a familiaridade e participação no uso e no processo da normalização.
Verifica-se pelo exposto que o profissional da informação que
trabalha com normas técnicas, requer um treinamento especial sobre
as questões da normalização; conhecer as diferentes
- 46 -
possibilidades de aquisição, tratamento técnico e disseminação;
necessidade de atualização do acervo para poder oferecer o
suporte referencial aos usuários.
A qualificação do pessoal auxiliar que trabalha com normas
técnicas, recomendado por Ricci (1990, p.22), indica que não
é absolutamente necessário um conhecimento familiar de normas
técnicas se o profissional selecionado possui qualidades de criatividade
e conhecimentos gerais básicos. Sendo as atividades básicas
do profissional alocado num centro de informação é manter
a ordem da coleção, ordenar o processo e realizar fotocópias.
Um dos fatores mencionados por Piety e McCormick (1990, p.44) referentes
ao "stress" do pessoal técnico que trabalham com normas técnicas
são: como identificar uma norma e como lê-la. Ressaltam que
a experiência é a melhor forma de aprendizagem.
Cabe aqui colocar o pensamento sucinto de Souza (1992, p.2) onde apresenta
que embora o bibliotecário não tenha condições
de responder todas as questões, ele deve saber a quem e para onde
encaminhar o usuário para a obtenção de uma resposta.
- 47 -
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo geral
Identificar o comportamento dos usuários de normas técnicas
segundo: tipo de informação, localização, tempo
e satisfação de busca e barreiras idiomáticas referentes
as normas técnicas.
1.3.2 Objetivos específicos
Os objetivos específicos da pesquisa são:
a) identificar, descrever e caracterizar o
ambiente da unidade de informação;
b) caracterizar os usuários de normas técnicas;
c) levantar e analisar os dados da demanda de normas técnicas
na unidade de informação, através:
- determinar a busca e utilização de normas
técnicas e,
- detectar as dificuldades existentes, como por exemplo,
barreiras idiomáticas e fatores de desistência da busca.
- 48
2 METODOLOGIA
Para a consecução dos objetivos propostos neste estudo e com
base na fundamentação teórico-empírica, estabeleceram-se
perguntas da pesquisa, caracterização e delimitação
do estudo a ser desenvolvido, definição dos sujeitos, os critérios
para seleção da amostra, os procedimentos adotados para coleta
de dados, elaboração do instrumento de coleta de dados, descrição
da técnica do incidente crítico, o questionário, além
da crítica e apuração dos dados.
2.1 Perguntas da Pesquisa
As perguntas norteadoras desta pesquisa foram:
Quais são as formas de atualização utilizadas pelos
usuários de normas técnicas?
- 49 -
Que tipo de normas técnicas são procuradas pelas diferentes
categorias de engenheiros?
Quais os motivos de utilização de normas técnicas? Onde
e como são localizadas as normas técnicas? Qual o tempo gasto
em obter normas técnicas?
Que motivos provocam a desistência na busca de normas técnicas?
Quais as barreiras idiomáticas existentes entre as categorias de usuários
e as normas técnicas?
2.2 Caracterização da pesquisa
Pesquisa exploratória, análise fundamentalmente, de natureza
qualitativa, optou-se pelo método estudo de caso, determinada categoria
de usuários de normas técnicas, uma vez que somente usuários
de determinada empresa foram objeto de estudo e de observação.
- 50 -
2.3 Limitações da pesquisa
A pesquisa apresenta algumas limitações, em função
do método de investigação utilizado.
0 estudo de caso limita a generalização das conclusões,
uma vez que a unidade escolhida para descrição e análise
pode ser diferente das demais de sua mesma espécie.
As técnicas para obtenção dos dados, questionários
e análise documental também são restritivas. Sendo os
dados de natureza perceptiva, a observação com anotações
pode apresentar dificuldades para compreensão dos fatos em estudo
pelo pesquisador. Igualmente a entrevista pode conter distorções
processadas em conseqüência de entendimentos diferenciados entre
o entrevistador e o entrevistado. O questionário, por sua vez, pode
ser fator limitante, ao abordar alguns aspectos do assunto em detrimento
de outros.
0 período da pesquisa, março a setembro de 1992, limita o enfoque
longitudinal. O número de sujeitos que compõem a amostra intencional
é outro ponto a ser mencionado como limitante desta pesquisa, devido
a natureza da própria pesquisa.
- 51 -
2.4 Caracterização da divisão de documentação
0 presente estudo realizado numa empresa onde o caráter sigiloso foi
mantido no que diz respeito a identificação; no entanto a mesma
permitiu a utilização dos dados coletados e sua análise.
A seguir são apresentadas as características da Divisão
de Documentação (unidade de informação) possibilitando
a contextualização de sua estrutura.
As atividades da empresa estão concentradas no setor energético,
localizado no sul do Brasil. Com seu quadro de pessoal composto por mais
de 4000 funcionários.
0 quadro de pessoal é encarregado de estudar, projetar, construir
e operar usinas geradoras de energia elétrica, de interesse supra-estadual
e sistemas de transmissão em alta e extra-alta tensão, que
visem a integração de sistemas regionais de modo a permitir
o intercâmbio de energia elétrica entre as várias regiões
do Brasil, em quantidades requeridas e condições confiáveis,
bem como participar de pesquisas de interesse do setor energético
realizando estudos de aproveitamento múltiplo.
A empresa tem por finalidade contribuir para a formação de
pessoal técnico e preparação de mão-de-obra qualificada;
prestar serviços de apoio técnico, operacional e administrativo
às empresas concessionárias do serviço público
de energia; colaborar nos programas relacionados com a promoção
e incentivo da indústria de materiais e equipamentos destinados ao
setor; e,
- 52 -
colaborar para a preservação do meio ambiente e de suas atividades.
A Divisão de Documentação tem como objetivo principal
fornecer apoio bibliográfico aos funcionários da empresa, possibilita
também aos estudantes universitários e pesquisadores credenciados
o acesso as informações.
0 quadro de pessoal da Divisão, é composto por 35 profissionais
de diversas áreas do conhecimento técnico e científico,
tais como: analistas de sistemas, bibliotecários, pedagogos, tradutores,
auxiliares administrativos e de documentação, que atuam nos
quatro setores: atendimento, aquisição, processamento técnico
e microfilmagem.
Quatro profissionais da informação estão diretamente
envolvidos com a coleção de normas técnicas: dois bibliotecários,
uma tradutora inglês/português-português/inglês com
conhecimento em alemão e documentação técnica,
e um técnico em documentação.
O acervo de normas técnicas iniciou-se entre 1975 à 1977, com
predominância nas áreas de engenharias elétrica, eletrotécnica
e mecânica.
Atualmente o acervo conta com aproximadamente 8000 normas técnicas.
Deste acervo, 6704 normas técnicas são oriundas de grandes
entidades normalizadoras. A seguir verifica-se a distribuição
das normas segundo as entidades normalizadoras que mais se destacam no acervo
da Divisão de Documentação:
- 53
Entidade Normalizadora
|
Normas Técnicas
|
ABNT
|
2965
|
ANSI
|
533
|
ASTM
|
114
|
BSI
|
101
|
DIN
|
483
|
IBP
|
16
|
IEC
|
603
|
ISO
|
108
|
NEMA
|
128
|
PETROBRAS
|
1046
|
TELEBRAS
|
532
|
VDE
|
63
|
VDI
|
12
|
Outras
|
1296
|
Total
|
8000
|
As normas internacionais e algumas normas técnicas nacionais de abrangência
internacional são publicadas em idiomais reconhecidos como universais
(inglês, francês, alemão e russo). Estas normas técnicas,
por exemplo, as IEC onde cada norma técnica aparece em inglês
e francês. Outro caso a ser destacado, são as normas técnicas
DIN, devido a sua aceitação em questões de mercado industrial
e comercial, ou também a sua utilização técnica-científica,
estas normas são publicadas em seu idioma original, entretanto grande
parte destas normas podem ser obtidas nos idiomas inglês ou espanhol.
Contudo, recomenda-se a consulta dos catálogos das entidades normalizadoras
para verificar a disponibilidade quanto aos idiomas das publicações
das normas técnicas.
Na distribuição das normas técnicas existentes na Divisão
de Documentação, está concentrada em normas publicadas
no idioma português (68%), seguidas pelo inglês (14,7%), francês
(9,0%) e alemão (8,3%).
- 54 -
Encontram-se à disposição dos usuários de normas
técnicas obras de apoio, tais como: dicionários técnicos,
dicionários bilíngues, periódicos técnicos, boletins
informativos, projetos de normas e catálogos das entidades normalizadoras
que abrangem as áreas mais importantes da empresa.
Quanto ao tipo de acesso aos documentos é aberto, isto é, o
usuário pode acessar livremente ao acervo.
A recuperação das normas técnicas é realizada
através do sistema de computação por meio de terminais
(acesso "on-line"). Esporadicamente utiliza-se as listagens do computador
(no caso de todos os terminais estarem ocupados). Muitos terminais estão
em outras divisões da respectiva empresa, facilitando a consulta.
0 acervo de normas técnicas pode ser consultado pelos seguintes usuários:
funcionários da empresa, estudantes universitários e pesquisadores
credenciados. Havendo algumas restrinções quanto ao empréstimo
dos documentos, isto é, segundo critérios do regimento interno,
dependerá do tipo de usuário e sua documentação
para empréstimo do material.
Ocorre também a consulta e o empréstimo Ínterbibliotecario.
Este realizado através do Catálogo Coletivo Setor Elétrico
de Normas Técnicas Estrangeiras e pelas listagens de acervos de outras
instituições.
- 55 -
2.5 Sujeitos
Realizou-se a pesquisa recorrendo os usuários das
normas
técnicas relacionados no Controle de Empréstimo da
Divisão de
Documentação, segundo os critérios elaborados para
seleção da
amostra.
2.5.1 Critérios para seleção da amostra
Os critérios para a seleção dos usuários de normas
técnicas foram:
1. identificação dos usuários
de normas técnicas;
2. atribuídos números, de 1 a N aos usuários
da amostra intencional identificados no Controle de Empréstimo da
Divisão de Documentação;
3. selecionado um número aleatório (compreendido
entre 1 e N) por meio da tabela de números aleatórios. O usuário
identificado por este número será considerado como elemento
da amostra;
4. considerando o número aleatoriamente quando da
seleção prévia;
- 56 -
5. selecionou-se números aleatórios
de uma forma similar; consequentemente, foram obtidos N usuários os
quais
constituiram uma amostra; e
6. extraiu-se uma amostra significativa de 25% em relação
ao número total de usuários de normas técnicas identificados
no Controle de Empréstimo da Divisão de Documentação.
2.5.2 Amostra intencional
a) área de execução
da pesquisa: empresa estatal no Sul do Brasil, setor energético;
b) população da pesquisa: usuários
de normas técnicas da respectiva empresa, que tenham emprestado normas
técnicas no
período de 25 de março a 25 de junho de 1992. Procurou-se assegurar
através destas características de período a utilização
de normas técnicas e validação da técnica do
incidente crítico.
c) tamanho e tipo de amostra: dos aproximadamente 4. 000 funcionários,
610 são engenheiros de diferentes área de atuação.
72 pessoas foram selecionados segundo os critérios de seleção
acima expostos, devido estarem envolvidos diretamente com o empréstimo
de normas técnicas na Divisão de Documentação.
A representatividade da amotra intencional ficou assegurada, de acordo com
as orientações de Richardson (1985 p.107): "se o plano possui
características que definam a população, é
- 57 -
necessário assegurar a presença do sujeito-tipo. Desse modo,
a amostra intencional mostra-se representativa do universo".
Para Richardson (1985 p.107), os sujeitos-tipos são "aqueles que representam
as características típicas de todos os integrantes que pertençam
a cada uma das partes da população".
d) forma de seleção dos sujeitos da pequisa: definiu-se
uma amostra intencional, ou seja, destes 72 usuários 65 são
engenheiros de diversas áreas de atuação. Foram selecionados
aleatoriamente 18 usuários (25%) e enviado os questionários
(veja Apêndice B) aos mesmos.
Dezesete (17) usuários devolveram os questionários e 14 sujeitos
responderam satisfatoriamente as perguntas. Resultando na seguinte composição
por categoria profissional:
5 Engenheiros Eletricistas
3 Engenheiros Químicos
3 Engenheiros Mecânicos
1 Analista de Sistemas / Ciências Contábeis
1 Técnico de Manutenção
1 Secretária
Optou-se por trabalhar com uma amostra intencional, isto é, determinada
categoria profissional homogénea de sujeitos da área técnica-científica,
permitindo desta forma a comparação com outros estudos de usuários
tais como de Kremer e Sugai. Desprezando os sujeitos da área administrativa
e de nível técnico. Portanto a amostra ficou constituída
por 11 (15,27%)
- 58 -
sujeitos do universo da pesquisa, ou seja, 10,65% do total de engenheiros
existentes na empresa, nas áreas:
5 Engenheiros Eletricistas,
3 Engenheiros Químicos, e
3 Engenheiros Mecânicos.
2.5.3 Procedimentos
1. Realizou-se um pré-teste do material para a coleta
de dados (Apêndice B) em outros pesquisadores, profissionais
da informação e engenheiros (usuários de normas técnicas)
de universidades (UNICAMP, PUCCAMP e UFSC) e de empresas privadas (WEG e
COMPUSOFT) , para verificar os níveis de compreensão, e dúvidas
surgidas realizando o aprimoramento das questões.
2. Encaminhou-se o Ofício solicitando autorização
para o desenvolvimento da pesquisa (ver Apêndice A).
3. Contactou-se durante o período da pesquisa: os
diretores da empresa, o chefe da divisão de documentação
e os
respectivos sujeitos da amostra, para esclarecimentos de eventuais dúvidas.
4. Análisou-se o Controle de Empréstimo realizado
entre o período de 25 de março a 25 de junho de 1992 na Divisão
de
- 59 -
Documentação para identificação dos usuários
de normas técnicas segundo os critérios estabelecidos.
5. Realizou-se amostra aleatória dos usuários
de normas técnicas conforme os critérios de seleção
da amostra para
o envio dos questionários para a coleta de dados.
6. Distribuiu-se os questionários referentes a coleta
dos dados (veja Apêndice B) em 18 de agosto de 1992.
7. Recolheu-se os questionários, em 18 de setembro
de 1992.
Observa-se que o fato na demora do recolhimento dos questionários
decorreu devido a utilização do malote interno para alcançar
os usuários que estavam alocados em outras unidades da empresa.
2.6 Instrumento de coleta de dados
Na coleta dos dados para a presente pesquisa foi utilizado um questionário
estruturado com perguntas abertas e fechadas utilizando a técnica
do incidente crítico (veja Apêndice B) para categoria de usuários
(engenheiros das áreas elétrica, mecânica e química)
conforme a amostra de usuários realizada na respectiva Divisão
de Documentação.
- 60 -
Opção por questionário deu-se por este facilitar a obtenção
das informações pretendidas. Tais como: identificação,
experiência profissional, formação, área de atuação,
e a descrição do processo de recuperação da última
norma técnica utilizada por determinada categoria de engenheiros.
Verificou-se na literatura as recomendações dos autores Berdie,
Anderson e Niebuhr (1986), onde eles mencionam a técnica do incidente
crítico utilizada por Kremer (1979). Assim, as perguntas foram elaboradas
segundo os objetivos traçados e também adaptando o modelo de
questões realizadas por Kremer (1979, 1980a, 1980b, 1982), utilizando
a técnica do incidente crítico para estudo de usuários.
2.6.1 Incidente crítico
O incidente realizou-se da seguinte maneira:
- análise de todos os formulários de empréstimo
aos usuários de normas técnicas entre o período de 25
de março à 25 de junho de 1992;
- seleção dos usuários que não detinham privilégios
de empréstimos, tais como:
o empréstimo indeterminado; o empréstimo por 6 meses; e,
- 61 -
o empréstimo por 12 meses.
o ou ainda, usuários com matrícula bloqueada,
2.6.2 Questionário
O questionário elaborado (veja Apêndice B) constituído
de 16 questões, com os seguintes objetivos:
As questões 1 e 2 relacionam informações sobre a caracterização
dos sujeitos da amostra, não serão utilizados para a apuração
dos resultados.
A terceira questão refere ao tempo de experiência do usuário
com normas técnicas.
As questões 4 e 5 são referentes aos idiomas em que aparecem
as normas técnicas e em relação ao idiomas de domínio
dos usuários.
A questão 6 refere-se como o usuário mantêm-se atualizado
em relação as normas técnicas.
A questão 7 proporciona a confiabilidade dos dados para a técnica
do incidente crítico.
A questão 8 verifica o tempo gasto para obtenção das
normas técnicas pelos usuários.
- 62 -
As questões 9 e 10 são referentes aos tipos e motivos de uso
das normas técnicas.
As questões 11, 12 e 14 são referentes aos canais e fontes
de informação e localização das normas técnicas
utilizadas pelos usuários.
As questões 13 e 15 visam apurar o nível de satisfação
e os procedimentos efetuados pelo usuário quando não obtida
toda a I informação procurada.
A questão 16 relaciona os fatores de desistência na busca da
norma técnica.
2.7 Crítica e apuração dos dados
a) Crítica antes da apuração dos
dados.
Enumeração de cada formulário.
Revisão de cada formulário a fim de corrigir dados e somas
rerradas, omissões troca de resposta, respostas ambíguas.
b) Apuração dos dados após criticados.
Tabulação dos dados coletados.
- 63 -
Categorizaçao das respostas, em tabelas, tendo em vista as técnicas
de recuperação e processamento do material expresso pelos respondentes.
Foram efetuados cálculos de médias de acordo com escala de
valores, variando de 1 a 7, e em seguida adotou-se o procedimento de correlação
de postos, utilizando a fórmula e a tabela de Sperman, entre as médias
dos julgamentos emitidos pelos usuários de normas técnicas,
visando estabelecer grau de significância de f diferenças entre
juizes distintos. Adotou-se como nível de signif icância 0,05
por ser uma margem aceitável de erro em pesquisa desta natureza (Siegel,
1975).
A seguir estão os resultados e discussões referente aos questionários
da pesquisa.
- 64 -
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram analisados onze questionários que representam a amostra do universo
do estudo de caso, definidos como material da pesquisa. Para facilitar a
apresentação e análise, os dados foram agrupados nos
seguintes itens: usuários de normas técnicas, formas de atualização
dos usuários, tipos da informação procurada, motivos
de utilização das normas técnicas, fontes utilizadas
para a busca da informação, localização, nível
de satisfação dos usuários, atitudes na obtenção
de normas técnicas, tempo de busca, questões de desistência
na busca e barreiras idiomáticas entre usuários e normas técnicas
necessitadas.
Os resultados são apresentados nos tópicos a seguir descritos.
- 65 -
3.1 Usuários de normas técnicas
A informação tecnológica destina-se, segundo Pacheco
(1991, p.31) , basicamente a engenheiros e outros profissionais de nível
superior. Estes conhecimentos não estão disponíveis
na literatura convencional, podendo ser obtidos, entre outros documentos,
em normas técnicas, patentes, documentação tecnológica
não patenteada, relatórios técnicos, especificações
de produtos e equipamentos, ou através de consultorias e assistência
técnica.
Neste estudo observa-se que a experiência com normas técnicas
está relacionada diretamente com o tempo de graduação
dos engenheiros, pois, verifica-se que a maioria dos usuários possuem
mais de 10 anos de experiência em uso de normas técnicas. Isto
provavelmente reflete no procedimento de busca e utilização
das mesmas, e no desempenho das atividades do cotidiano. Precisam ser realizadas
outras pesquisas enfocando os aspectos de como são divulgadas as normas
técnicas e principalmente a normalização, para realizar
futuras generalizações nos diversos cursos de engenharia.
3.2 Formas de atualização dos usuários de normas
técnicas
Em pesquisa realizada por Prazeres (1989, p.43) vários estudos foram
realizados a fim de analisar o comportamento, a
- 66 -
busca e o uso da informação pelos cientistas e tecnólogos,
os quais demonstram haver diferenças fundamentais entre os dois grupos,
"em relação as motivações e preferencias de uso
de canal de comunicação e ao comportamento de busca de informação".
Os estudos de Kremer (1979 e 1982) tratam da avaliação de fontes
de informação usadas por engenheiros. Os resultados indicam
que além de livros e manuais, as normas técnicas foram considerados
como fontes de informações mais importantes pelos engenheiros.
Os usuários de normas técnicas precisam manter-se atualizados,
como qualquer outro tipo de usuário, segundo a área de atuação
ou atividade que executam.
O termo atualização foi empregado por ser considerado mais
abrangente designando o contato entre as normas e os engenheiros.
Tentou-se verificar nesta pesquisa, através da questão 6, como
os usuários de normas técnicas mantém-se atualizados.
Resultando na Tabela 1 - Forma de atualização dos usuários
- soma dos postos. 1
________________
1. Observação: para todas as tabelas usadas nesta pesquisa
optou-se pela seguinte legenda:
Eng. Eletr. significa Engenheiros Eletricistas
Eng. Quím. significa Engenheiros Químicos
Eng. Mec. significa Engenheiros Mecânicos
- 67 -
Tabela 1: Forma de atualização dos usuários
- soma dos postos.
Formas de
atualização
|
Sujeitos |
Soma
dos
Postos
|
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Catálogos
|
230
|
120
|
60
|
410
|
Revistas
|
210
|
140
|
-
|
350
|
Boletins
|
170
|
130
|
-
|
300
|
Colegas
|
80
|
90
|
110
|
280
|
Biblioteca
|
90
|
80
|
110
|
270
|
Membro
|
10
|
30
|
-
|
40
|
Verifica-se na Tabela 1, que a forma de atualização mais indicada
segundo a prioridade mencionada pelos usuários de normas técnicas
é através de catálogos das entidades normalizadoras.
Outras formas são destacadas pelos usuários de normas técnicas,
ou seja, através da leitura de revistas e boletins técnicos
e também pela indicação de colegas das áreas.
Somente após estas formas de atualização, são
mencionadas as divulgações da biblioteca.
O instrumento de atualização menos utilizado é a participação
como membro nas entidades normalizadoras.
Farris citado por Garcia (1989, p.79) observou em seus estudos a relevância
da interação do profissional com seus colegas visando a resolução
de problemas. Allen citado por Garcia (1989) verificou ainda que os engenheiros
são os que mais dependem de seus colegas. Enquanto, a presente pesquisa
confirmou os resultados encontrados por Farris e Allen, pois a opção
através de colegas apresentou entre os sujeitos um alto índice
de relevância como pode ser visto na tabela 2.
- 68 -
As diversas formas de atualização foram especificadas pelos
usuários resultando na Tabela 2 - Forma de atualização
- número de sujeitos.
Tabela 2: Forma de atualização - número
de sujeitos.
Formas de
atualização
|
Sujeitos |
Total
de
Sujeitos |
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Colegas
|
3
|
3
|
2
|
8
|
Biblioteca
|
3
|
3
|
2
|
8
|
Catálogos |
4
|
2
|
1
|
7
|
Revistas
|
4
|
3
|
-
|
7
|
Boletins
|
4
|
3
|
-
|
7
|
Membro
|
1
|
1
|
-
|
2
|
Verifica-se na tabela acima que os engenheiros eletricistas apresentam uma
maior incidência no uso de canais de comunicação para
sua atualização. Os engenheiros químicos utilizam mais
homogeneamente os diferente canais de comunicação. Enquanto
os engenheiros mecânicos mencionam relativamente poucos canais de comunicação
para sua atualização em normas técnicas.
Nota-se que a atualização como membro de entidade normalizadora
é a menos citada. Talvez isto ocorra devido as restrições
quanto a participação â nível empresarial em comités
normativos dificultando o acesso a este tipo de canal de comunicação.
Observa-se que nenhum usuário menciona a própria norma técnica
como fonte de atualização. Concluindo desta maneira que
obras secundárias e terciárias são as mais recomendadas
como fonte de atualização em normas técnicas para engenheiros.
- 69 -
No estudo realizado por Sugai (1986, p.95) verifica-se que a importância
da disponibilidade do material na biblioteca, seja pela formação
cuidadosa do acervo, de acordo com a necessidade dos usuários, seja
pelo funcionamento adequado do sistema de empréstimo ou ainda, a reposição
correta e rápida do material utilizado implicam na confiabilidade
e uso de determinado acervo.
Os resultados da média ponderada dos dados coletados, segundo a área
de atuação dos usuários e sua forma de atualização
resultaram na Tabela 3 - Forma de atualização - média
ponderada.
Tabela 3: Forma de atualização - média ponderada.
Formas de
atualização
|
Sujeitos |
Média
Ponderada
|
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Catálogos
|
57
|
60
|
60
|
58
|
Revistas
|
52
|
46
|
-
|
50
|
Boletins
|
42
|
43
|
-
|
42
|
Colegas
|
26
|
30
|
55
|
35
|
Biblioteca
|
30
|
26
|
50 |
33
|
Membro
|
10
|
30
|
-
|
20
|
A correlação referente a forma de atualização
dos usuários engenheiros eletricistas e químicos apresentou
ser fortemente positiva, o resultado r = 0,815 ficou um pouco abaixo do valor
crítico r° = 0,829. Portanto, existe uma tendência entre
estes usuários na forma de atualização referentes as
normas técnicas. Enquanto as correlações entre engenheiros
eletricistas e engenheiros mecânicos (r = 0,315), engenheiros químicos
e engenheiros mecânicos (0,186) não foram significativas.
- 70 -
Verifica-se na tabela acima que a média ponderada na forma de atualização
segundo a prioridade indicada pelos usuários de normas técnicas
é através de catálogos das entidades normalizadoras.
Obras periódicas, como revistas e boletins técnicos, são
também consideradas importantes para a atualização dos
usuários.
Portanto, a aquisição de índices, isto é, dos
catálogos das entidades normalizadoras colaboram fundamentalmente
para a política na elaboração do acervo da coleção
de normas técnicas.
Os engenheiros mecânicos possuem um comportamento diferenciado do demais,
pois além de indicarem os catálogos de entidades normalizadoras,
mencionam os colegas da área e também as divulgações
da biblioteca para manterem-se atualizados.
3.3 Tipos da informação das normas técnicas
A presente pesquisa buscou verificar que tipo de normas técnicas são
mais utilizadas pelos usuários (questão 09) . Para tanto, foram
classificadas as normas técnicas segundo a definição
utilizada pela ABNT NBO de 1990 :
Procedimento
destina fixar condições para execução de cálculos,
projetos, obras, serviços, instalações e amostragens;
para o emprego
- 71 -
de materiais e produtos industriais; para certos aspectos das transações
comerciais; para a elaboração de documentos em geral, inclusive
desenhos; para segurança na execução ou na utilização
de uma obra, equipamento, instalação, de acordo com o respectivo
projeto;
Especificação
destina a fixar condições exigíveis para a encomenda,
fabricação e aceitação e ou recebimento de matérias-primas,
produtos semi-acabados ou acabados. Nota: quando os ensaios forem específicos
do material ou produto a critério da Comissão de Estudo, o
ensaio pode fazer parte da especificação, devendo ser incluído
no capítulo Inspeção;
Padronização
destina a restringir a variedade pelo estabelecimento de um conjunto
metódico e preciso de condições a serem satisfeitas,
com o objetivo de uniformizar as características geométricas
e ou físicas de elementos de construção, produtos semi-acabados
ou acabados, desenhos e projetos;
Terminologia
destina a definir, relacionar e ou dar equivalência em diversas
línguas de termos técnicos empregados em um determinado setor
de atividade, visando ao estabelecimento de uma linguagem uniforme;
Simbologia
- 72 -
destina a estabelecer convenções gráficas e ou literais
para conceitos, grandezas, sistemas ou partes de sistemas;
Classificação
destina a ordenar, designar, distribuir e ou subdividir conceitos, materiais,
produtos semi-acabados ou acabados, segundo uma determinada sistemática;
e
Método de ensaio
prescreve a maneira de verificar ou determinar características,
condições ou requisitos exigidos de um material ou produto,
de acordo com a respectiva especificação. Ou de uma obra, instalação,
de acordo com o respectivo projeto.
Os resultados obtidos resultaram na Tabela 4- Prioridade dos tipos de normas
técnicas - soma dos postos.
Tabela 4: Prioridade dos tipos de normas técnicas - soma dos postos.
Tipo de
norma
|
Sujeitos |
Soma
dos
Postos
|
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Especificação
|
270
|
190
|
130
|
590
|
Procedimentos
|
150
|
180
|
130
|
450
|
Métodos de Ensaio
|
70
|
170
|
110
|
350
|
Terminologia
|
240
|
30
|
20
|
290
|
Padronização
|
160
|
40
|
80
|
280
|
Classificação
|
70
|
20
|
90
|
180
|
Simbologia
|
60
|
10
|
10
|
80
|
Verifica-se na tabela acima que os tipos de normas técnicas mais utilizadas
são especificações técnicas.
- 73 -
Observa-se também um alto índice de utilização
das normas de procedimentos e também as de métodos
de ensaios. Enquanto as normas técnicas de padronizações
e terminologias ocupam posições relevantes.
As normas técnicas menos utilizadas são de classificação
e simbologia.
Tabela 5: Prioridade dos tipos de normas técnicas - número
de sujeitos.
Tipo de
norma
|
Sujeitos |
Soma
dos
Sujeitos |
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Especificação
|
4
|
3
|
2
|
9
|
Procedimentos
|
3
|
3
|
2
|
8
|
Métodos de Ensaio
|
2
|
3
|
2
|
7
|
Terminologia
|
5
|
1
|
1
|
7
|
Padronização
|
3
|
1
|
2
|
6
|
Classificação
|
2
|
2
|
2
|
6
|
Simbologia
|
2
|
1
|
1
|
4
|
Observa-se na Tabela 5 que a maioria dos usuários indicaram as utilização
de normas de especificações técnicas, seguidas
pelas normas de procedimentos técnicos.
Verifica-se um certo equilíbrio no uso dos diferentes tipos de normas
técnicas pelas categorias dos usuários entrevistados.
Nota-se que todos engenheiros eletricistas apontaram as normas técnicas
de terminologia, diferenciado-se dos demais colegas de outras áreas.
Os resultados da média ponderada dos dados coletados segundo os tipos
de normas técnicas e a área de atuação dos usuários
- 74 -
resultaram na Tabela 6 - Prioridade de tipos de normas técnicas média
ponderada.
Tabela 6: Prioridade de tipo de normas técnicas - média
ponderada.
Tipo de
norma
|
Sujeitos |
Média
Ponderada
|
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Especificação
|
67
|
63
|
65
|
65
|
Procedimentos
|
50
|
60
|
65
|
57
|
Métodos de Ensaio
|
35
|
56
|
55
|
50
|
Terminologia
|
53
|
40
|
40
|
46
|
Padronização
|
48
|
30
|
20
|
41
|
Classificação
|
35
|
10
|
45
|
30
|
Simbologia
|
30
|
10
|
10
|
20
|
A correlação referente ao tipo de normas técnicas utilizadas
pelos usuários engenheiros eletricistas e engenheiros químicos
foi maior que o coeficiente crítico que deve ser igual ou maior r
= 0,714, no caso o resultado foi r = 0,777, isto significa que rejeitou-se
a hipótese nula de que rs = 0 e aceitou-se a hipótese experimental
de que os tipos de normas técnicas utilizadas por engenheiros eletricistas
e engenheiros químicos são variáveis correlacionadas.
Enquanto que também a correlação entre engenheiros químicos
e engenheiros mecânicos foi maior que o coeficiente crítico,
no caso o resultado foi r = 0,831.
A correlação referente ao tipo de normas técnicas utilizadas
pelos usuários engenheiros eletricistas e mecânicos não
é significativa (r = 0,545).
Verifica-se na tabela acima que a média ponderada indicada pelos usuários
das distintas categorias utilizam com alta
- 75 -
frequência as normas técnicas de procedimentos e especificações
técnicas para desempenharem suas funções.
Os tipos de normas técnicas de classificação e simbologia
apresentam uma baixa incidência de uso.
3.4 Motivo da utilização das normas técnicas
Segundo o estudo realizado por Metchko (1981) a informação
necessária ao usuário depende de sua área de atuação,
da natureza do seu trabalho, e a escolha de um canal ou fonte de informação,
está intrinsicamente relacionada com a solução de um
problema a ser resolvido ou com as atividades que o usuário está
desempenhando.
Araújo (1979) menciona em sua pesquisa que o tempo é um elemento
que é levado em conta para utilização de um canal de
informação. Devido que os canais informais são bem mais
rápidos que os formais.
No estudo realizado por Jaramilho, citado por Pinheiro (1991, p.17), ao analisar
a necessidade de informação na indústria afirma que
a mesma necessita de "(...) respostas precisas e rápidas, em linguagem
facilmente assimilável e, em algumas vezes, ajuda na identificação
de problemas".
- 76 -
Kremer (1982) ressalta em sua Tabela IV - Razões para a busca
de informações de engenheiros, que 56,7% dos casos
a
informação (no sentido geral) estava sendo procurada com
o objetivo de se achar a solução de um problema técnico.
Assim, tendo como base a pesquisa de Kremer, elaborou-se opções
com relação aos motivos que poderiam levar os usuários
de normas técnicas precisarem da informação procurada
(questão 10).
Os resultados obtidos, foram relacionados segundo o grau de importância
dos motivos de utilização dos diferentes tipos de normas técnicas
indicados pelos usuários resultando na Tabela 7 -Motivo do uso de
normas técnicas - soma dos postos:
Tabela 7: Motivo do uso da informação - soma dos postos.
Motivo de
uso
|
Sujeitos |
Soma
dos
Postos
|
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Problema técnico
|
280
|
190
|
140
|
610
|
Definir problema
|
250
|
70
|
120
|
440
|
Atualização
|
150
|
100
|
40
|
290
|
Dados sobre produção
|
80
|
100
|
50
|
230
|
Exigência/cliente
|
90
|
110
|
-
|
200
|
Outros: Performance
Tolerância
|
-
-
|
-
50
|
70
-
|
70
50
|
Problema administrativo
|
20
|
20
|
-
|
40
|
Observa-se que o motivo de utilização mais indicado pelos usuários
foi achar a solução de um problema técnico.
Além das opções fornecidas os usuários indicaram
os motivos de performance e tolerância de equipamentos.
- 77 -
Os diversos motivos do uso da informação especificados pelos
usuários resultaram na Tabela 8 - Motivo do uso de normas técnicas
- número de sujeitos.
Tabela 8: Motivo do uso da informação - número de sujeitos.
Motivo de
uso
|
Sujeitos |
Soma
dos
Postos
|
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Problema técnico
|
4
|
3
|
2
|
9
|
Definir problema
|
4
|
2
|
2
|
8
|
Atualização
|
3
|
2
|
1
|
6
|
Dados sobre produção
|
2
|
2
|
1
|
5
|
Exigência/cliente
|
2
|
2
|
-
|
4
|
Problema administrativo
|
1
|
1
|
-
|
2
|
Outros: Performance
Tolerância
|
-
-
|
-
1
|
1
-
|
1
1
|
Na tabela acima destaca-se além de achar a solução
de um problema técnico, os usuários também indicaram
a opção definir um problema. Verifica-se que o motivo
do uso de normas técnicas está basicamente relacionado com
problemas existentes nas atividades dos usuários.
Observa-se que a maioria dos usuários indicaram que mantêm-se
atualizados através das normas técnicas. Isto indica a importância
de adquirir normas técnicas para a coleção da unidade
de informação. Pondera-se sobre os resultados obtidos na questão
6, onde os usuários indicaram que se atualizam também através
de catálogos das entidades normalizadoras, mas não de normas
técnicas.
Os resultados da média ponderada dos dados coletados segundo os motivos
do uso da informação existente em normas, técnicas e
a
- 78 -
área de atuação dos usuários resultaram na Tabela
9 - Motivo do uso de normas técnicas - média ponderada.
Tabela 9: Motivo do uso de normas técnicas - média ponderada.
Motivo de
uso
|
Sujeitos |
Soma
dos
Postos
|
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Outros: performance
|
-
|
-
|
70
|
70
|
Problema técnico
|
70
|
63
|
70
|
67
|
Definir problema
|
62
|
35
|
60
|
55
|
Exigência/cliente
|
45
|
55
|
-
|
50
|
Outros: Tolerância
|
-
|
50
|
-
|
50
|
Atualização
|
50
|
50
|
40
|
48
|
Dados sobre produção
|
40
|
50
|
50
|
46
|
Problema administrativo
|
20
|
20
|
-
|
20
|
A correlação referente ao motivo do uso das normas técnicas
entre as categorias de usuários não foi significativa, o valor
crítico rs = 0,714. A correlação entre engenheiros eletricistas
e engenheiros químicos foi de r = 0,429; engenheiros eletricistas
e mecânicos de r 0,233; e entre engenheiros químicos e engenheiros
mecânicos o r = 0,233.
Observa-se na tabela acima, que os usuários utilizam normas técnicas
para uma ampla diversidade de motivos.
Verifica-se que os engenheiros químicos apresentaram a maior incidência
de motivos e os engenheiros mecânicos apresentaram a menor incidência
de motivos para a utilização de normas técnicas.
- 79 -
3.5 Primeira fonte
Segundo Zen (1989, p.34) as fontes de informações podem ser
divididas em três tipos:
privadas
que são armazenadas na memória e em arquivos pessoais;
organizacionais
armazenadas por colegas e em documentos internos; e
externas
todas as demais fontes não incluídas até
aqui.
Utilizando a definição formulada por Zen (1989, p.36), pode-se
dizer que a transferência de conhecimento científico e tecnológico
envolve todos os meios existentes, impressos ou não, formais e informais.
Esses meios são denominados canais que, de certa forma, são
as próprias fontes de onde provêm a informação.
Back citado por Zen (1989) classificou os canais de informação
em:
"canais formais
artigos de periódicos, manuais, livro-texto, revisões,
trabalhos de congressos, abstracts, índices e bibliografias, meios
audiovisuais;
canais semi-formais
teses e relatórios não publicados, catálogos
de fornecedores, manuscritos e periódicos comerciais;
- 80 -
canais informais
discussões pessoais, chamadas telefónicas, correspondência
privada, encontros e seminários".
Nos canais formais incluem-se normas técnicas (de níveis empresarial,
regional, nacional, nacional-estrangeira e internacional) devido serem documentos
de acesso geral.
A questão sobre qual a primeira fonte a ser consultada para procurar
a informação é de fundamental importância para
o presente estudo. Através desta questão aberta (11), pode-se
observar como os usuários de normas técnicas procuram as mesmas
como fonte a ser utilizada.
No estudo de Kremer (1981) a acessibilidade, aliada à qualidade técnica,
são os fatores que mais influenciam na escolha de um primeiro canal
na busca de informações entre engenheiros.
Sousa (1990, p.121) realiza um estudo sobre professores universitários,
e, apurou que "a não acessibilidade, ou seja, a fonte não acessível,
é o fator que mais afeta o uso da informação pelos professores
questionados". Generaliza que outras pesquisas realizadas por " Allen e Gerstberger
(1967), Kremer (1981), Sugai (1986), Silva (1987) bem como por Prazeres (1989)
sobre o estudo das fontes de informação obtiveram o mesmo resultado
quanto a acessibilidade, como fator determinante na decisão do uso
ou não uso de uma determinada fonte de informação".
De acordo com Wood apud Zen (1989, p.37), a informação oral
é a mais utilizada no início de um projeto, antes das ideias
se
- 81 -
transformarem em ação e na etapa de pré-publicação.
Por isso, afirma que os canais usados pelos cientistas e tecnólogos
são vários e usados conforme a etapa de estudo. A determinação
dos objetivos da pesquisa para os cientistas, por exemplo, são um
misto de preferências pessoais e normas grupais. Por isso, nesta etapa
eles ouvem muito a opinião de outros colegas. Também para publicar
seus trabalhos em revistas especializadas esses procedimentos se repetem.
Já os tecnólogos utilizam os canais informais para tranferência
e inovação tecnológica.
A questão aberta número 11 resultou no seguinte esquema:
Engenheiros eletricistas
|
2 Bibliotecária
1 "On-line"
1 Listagem
1 Biblioteca
|
Engenheiros químicos
|
1 Norma técnica
1 Catálogo de normas técnicas
1 "On-line"
|
Engenheiros mecânicos
|
2 Normas técnicas
1 "On-line"
|
Pode-se concluir que a primeira fonte mais utilizada foi o sistema "on-line"
(3 6,3 6%). Em segundo lugar aparecem as normas técnicas (27,27%),
seguidas pela opção bibliotecária (18,18%). Enquanto
a opção biblioteca (9,09%) aparece empatada com o uso
de listagem (9,09%).
- 82 -
Verifica-se que os engenheiros eletricistas (40%) consultam frequentemente
primeiro a bibliotecária para procurarem a informação.
Observa-se que os engenheiros químicos distinguem-se dos demais, onde
verifica-se um comportamento de usuários mais amadurecidos cientificamente,
ou seja, eles recorrem mais as fontes terciárias na busca dos documentos
(catálogos de normas - pelo índice e consulta
pelo terminal). Questiona-se donde será que advém este
comportamento.
Nota-se que os engenheiros mecânicos utilizam fontes primárias,
isto é, a própria norma técnica.
3.6 Localização da norma técnica
Questionou-se aos usuários onde foi localizada a norma técnica
(questão 12).
Utilizando-se novamente o estudo de Kremer (1982), para analisar as conclusões
observadas sobre a classificação das localizações
de fontes formais de informação conforme seu grau de uso pelos
engenheiros, foram elaboradas as opções referentes as fontes
utilizadas pelos engenheiros, resultando a Tabela 10 -Localização
das normas técnicas.
- 83 -
Arquivos pessoais
Tabela 10: Localização das normas técnicas - soma dos
postos.
Localização
|
Sujeitos |
Soma
dos
Postos
|
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Biblioteca da empresa
|
150
|
90
|
80
|
320
|
Arquivos departamento
|
120
|
100
|
40
|
260
|
Arquivos pessoais
|
140
|
-
|
100
|
240
|
Em outra biblioteca
|
10
|
70
|
-
|
80
|
Coleção de colegas
|
70
|
-
|
-
|
70
|
Observa-se na tabela acima que a soma dos postos indica a localização
das norma técnicas pelos usuários foi na biblioteca da empresa
onde trabalha.
Nota-se que os arquivos do Departamento e também os arquivos
pessoais são salientados como pontos de localização
das normas técnicas.
O estudo realizado por Gerstberger e Allen (1968) a acessibilidade é
um fator determinante para a maior utilização de uma fonte
de informação. Desta maneira, é possível afirmar
que a acessibilidade e facilidade de uso, das informações contidas
nos documentos existentes na biblioteca e principalmente os arquivos tanto
do departamento e pessoal parecem exercer influência sobre o uso das
fontes de informações pelos engenheiros pesquisados.
- 84 -
Tabela 11: Localização das normas técnicas - número
de sujeitos.
Localização
das normas
|
Sujeitos |
Soma
dos
Sujeitos
|
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Biblioteca da empresa
|
4
|
2
|
2
|
8
|
Arquivos departamento
|
3
|
2
|
1
|
6
|
Arquivos pessoais
|
3
|
-
|
2
|
5
|
Em outra biblioteca
|
1
|
2
|
-
|
3
|
Coleção de colegas
|
2
|
-
|
-
|
2
|
Observa-se na tabela 11 que os engenheiros eletricistas mais utilizam, como
primeiro passo, a biblioteca da empresa onde trabalham para obtenção
de normas técnicas.
Os engenheiros químicos indicam igualmente o uso dos arquivos do
departamento, a biblioteca da empresa e destacam-se por utilizarem outra
biblioteca. Interessante que eles não mencionam que utilizam os
arquivos pessoais para a localização das normas técnicas.
Verifica-se que os engenheiros mecânicos utilizam com maior incidência
os arquivos pessoais e a biblioteca a localização de
normas técnicas.
Os resultados da média ponderada dos dados coletados segundo a localização
das normas técnicas e a área de atuação dos usuários
resultaram na Tabela 12 - Localização das normas técnicas
- média ponderada.
- 85 -
Tabela 12 - Localização das normas técnicas - média
ponderada.
Localização
das normas
|
Sujeitos |
Soma
dos
Sujeitos
|
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Arquivos pessoais
|
46
|
-
|
50
|
48
|
Arquivos departamento
|
40
|
50
|
40
|
43
|
Biblioteca da empresa
|
37
|
45
|
40
|
40
|
Coleção de colegas
|
35
|
-
|
-
|
35
|
Em outra biblioteca
|
10
|
35
|
-
|
26
|
A correlação referente a localização das normas
técnicas utilizadas pelos usuários engenheiros eletricistas
e engenheiros mecânicos foi maior que o coeficiente crítico
que deve ser igual ou maior r = 0,900, no caso, o resultado foi = 0,95, isto
significa que rejeitou-se a hipótese nula de que rs = 0
e aceitou-se a hipótese experimental de que a localização
de normas técnicas utilizadas por engenheiros eletricistas e engenheiros
mecânicos são variáveis correlacionadas. Enquanto a correlação
entre engenheiros eletricistas e engenheiros químicos apresentou r
= 0,075, e entre engenheiros químicos e engenheiros mecânicos
r = 0,15, concluindo que a mesma não foi significativa.
Observa-se na tabela acima que os resultados obtidos confirmam o estudo de
Kremer (1982) que apresenta os arquivos pessoais como ponto de localização
de materiais.
A atividade de busca da informação entre os pesquisadores estudados
envolve a utilização dos apontamentos de seus arquivos pessoais,
contato com colegas e a literatura do Serviço de Informação
da Indústria foi verificada também no estudo de Garcia (1989,
p.76). Portanto, pode-se verificar através da média
- 86 -
ponderada que o comportamento dos engenheiros quanto a busca de normas técnicas
é semelhante, ou seja, recorrem aos arquivos pessoais, em seguida
aos arquivos do departamento e a biblioteca da empresa onde
trabalham. 0 comportamento assemelha-se aos pesquisadores das universidades
brasileira, estudo efetuado por Giacometti (1989), apesar de variáveis:
condições diferenciadas de trabalho e pesquisa entre estes
profissionais, e da natureza e tipo de definição de alvos profissionais
que direcionam de forma diferente seus comportamentos.
Também Sousa (1990, p.49) afirma com base nos resultados das pesquisas
que descreveu "pode-se inferir o uso constante das anotações
pessoais surge a necessidade do pesquisador armazenar em arquivo próprio
informações que julga relevante". Outro ponto a ser analisado
na manutenção dos arquivos pessoais e a freqüente utilização
dos mesmos pelos professores e pesquisadores é a questão da
acessibilidade física desta fonte.
3.7 Segunda fonte
A questão 14 trata sobre a segunda fonte utilizada - quando o caso
- pelos usuários na busca da informação necessitada.
Sugai (1986, p.119) menciona que a não disponibilidade do material,
quando a biblioteca não o possui, é um fator que influi
- 87 -
negativamente no processo de busca ou uso da informação. Concluindo
que os pesquisadores usam menos a informação porque a biblioteca
não a possui.
Os usuários destacaram como segunda fonte a ser utilizada na busca
da informação o uso da biblioteca da empresa (2 casos)
onde trabalham e também em outra biblioteca (2 casos). Mencionam
também os arquivos pessoais (1 caso) e a coleção
de colegas (1 caso).
Para verificar se existe alguma relação entre a primeira fonte
utilizada e a segunda, observou-se que os usuários:
- quando procuram em seus arquivos pessoais e não
encontram a informação, procurarão na biblioteca
da empresa (2 casos), ou, direcionam a busca na coleção
de colegas (1 caso).
- ou eles procuram na biblioteca da empresa e não encontram
a informação, buscam em outra biblioteca (2 casos),
ou direcionam a busca nos seus arquivos pessoais (1 caso).
Vale ressaltar que um dos engenheiros eletricistas utilizou como primeira
fonte a biblioteca da empresa onde trabalha e indicou como segunda
fonte os arquivos pessoais. Como não foi posível identificar
quais as razões para o respectivo procedimento deste usuário,
possivelmente ele pegou anotações para prosseguir a busca.
- 88 -
Observou-se também que os engenheiros eletricistas utilizam
a coleção de colegas e outra biblioteca como segunda
fonte na busca de informações sobre normas técnicas.
Os engenheiros mecânicos indicaram a biblioteca da empresa onde
trabalham como segunda fonte de informação sobre normas técnicas.
Enquanto que os engenheiros químicos utilizam outra biblioteca.
3.8 Nível de satisfação
Através da utilização da técnica do incidente
crítico, tentou-se averiguar como, quando, onde e que tipo de normas
técnicas os engenheiros buscam e quais os canais que utilizam para
acessar estes documentos. Isto tudo implica no nível de satisfação
dos usuários.
Verificando no estudo de Kremer (1982) sua Tabela VII - Grau de sucesso alcançado
pelos engenheiros em suas buscas de informação, indica que
em 47,5% dos casos a informação que estava sendo procurada
foi encontrada.
Assim, tendo como base a pesquisa de Kremer, elaboraram-se opções,
na questão 14, sobre o que foi conseguido na primeira fonte de informação
consultada.
- 89 -
Observa-se que através da primeira fonte de informação
consultada a maioria (55%) dos usuários conseguiram a informação
desejada. E 45% dos usuários indicaram que obtiveram parte da
informação procurada.
Os engenheiros eletricistas destacam-se pela obtenção de parte
da informação desejada, demonstrando uma certa persistência
na busca da informação pois apresentam um maior número
de variáveis na busca da informação.
As possíveis causas deste comportamento poderiam ser:
- a instituição onde os usuários de normas
técnicas atuam está concentrada em atividades da área
elétrica.
- uma norma técnica geralmente é referência para outra,
ou se complementam. Isto confirma a indicação de Musser (1990,
p.64) que as normas não são usadas somentes individualmente,
mas também verificam-se em partes de sobre determinados assuntos.
Ricci (1990) coloca que muitas vezes é necessário a utilização
de outras normas para a complementação da pesquisa.
Enquanto os engenheiros químicos também indicam que conseguiram
toda e parte da informação desejada e referência
para outra fonte.
Observa-se que os engenheiros mecânicos apresentaram o maior grau de
satisfação pois conseguem toda a informação
desejada.
- 90 -
3.9 Atitudes na obtenção de normas técnicas
A questão 15 trata sobre quando o usuário não obteve
toda a informação desejada, possibilitando fornecer um esboço
de como será o procedimento do usuário na busca da informação.
Verificou-se a insistência na busca da informação dos
usuários de normas técnicas, pois tentaram numa outra oportunidade
ou esperar até encontrar a informação desejada. Isto
confirma a posição de Ricci (1990) quando os usuários
necessitam da norma técnica são insistentes e pagam os serviços
existentes para a obtenção da mesma. Portanto, os usuários
não se mantêm passivos, ou seja, a tendência registrada
é procurar outras bibliotecas ou fontes para obter a informação
desejada.
No estudo realizado por Sugai (1986, p.114) os resultados indicam que "84,10%
dos pesquisadores tentam novamente buscar a informação não
obtida, enquanto que 13,63% consideram por encerrada a pesquisa. Verifica-se
portanto, que os pesquisadores não desistem facilmente de buscar a
informação necessária, até encontrar itens suficientes
para o desenvolvimento adequado de seus estudos e projetos".
Verifica-se, nesta pesquisa, que os usuários tentaram utilizar todos
os recursos disponíveis: físicos, financeiros e morais (continuar
a busca).
- 91 -
3.10 Tempo de busca
Bowman & Moses (1985) mencionam que no ambiente industrial o tempo representa
o fator mais importante da armazenagem, indexação e recuperação
da informação. Falha na obtenção de informação
necessária em tempo oportuno pode resultar em uma penalidade econômica
para a organização.
Ao que tudo indica pelos estudos já realizados (Allen & Cohen
1966, Herner & Herner 1977, Farris 1969 e 1974, Araújo 1979, Kremer
1981, Garcia 1989) os engenheiros / tecnólogos utilizam-se constantemente
da comunicação pessoal, possivelmente em virtude de lhes possibilitar
facilidade e rapidez no uso da informação.
Sugai (1986, p.95) menciona os fatores implicantes da não acessibilidade,
entre eles destacam-se o fator tempo do pesquisador e tempo de espera do
pesquisador, enquanto uma fonte está sendo providenciada. Portanto,
a informação deve ser providenciada com maior rapidez possível,
porque é útil e necessária naquele momento ou naquela
fase de pesquisa e pode perder o seu valor quando fornecida após algum
tempo.
A questão 8 trata sobre quanto tempo o usuário gastou na obtenção
da norma técnica. Resultando na Tabela 13 em:
- 92 -
Tabela 13: Tempo de busca na obtenção de normas técnicas.
Tempo de
busca
|
Sujeitos |
Percentual
|
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
De 15 a 30 minutos
|
3
|
-
|
-
|
27%
|
1 Semana
|
-
|
1
|
2
|
27%
|
Menos de 15 minutos
|
1
|
-
|
1
|
18%
|
Menos de 1 hora
|
1
|
1
|
-
|
18%
|
2 horas
|
-
|
1
|
-
|
10%
|
Observou-se que os usuários obtiveram geralmente a norma técnica
num período inferior de duas horas.
Possivelmente as variáveis acervo, localização, disponibilidade
de acesso (terminais "on-line") existentes na instituição colaboraram
para a obtenção das normas técnicas.
Verificou-se que o grupo de engenheiros eletricistas obtiveram as normas
técnicas em menor tempo, ou seja, menos de uma hora. Provavelmente
as condições do acervo - concentração na área
de energia elétrica - contribuíram para este desempenho. Pode-se
mencionar Ricci (1990) confirmando a rapidez na obtenção implica
diretamente na estrutura (recursos existentes).
Enquanto que os engenheiros químicos obtiveram a maior demora, ou
seja, uma semana na obtenção da norma técnica.
Questiona-se o por que da demora: talvez pelo fato destes usuários
primeiro verificarem em fontes terciárias (como visto nos resultado
da questão 11) existentes fora do centro de documentação,
ou seja pelos terminais, e o momento da busca do material no centro de documentação.
- 93 -
3.11 Desistência na busca de normas técnicas
A questão 16 possibilita identificar fatores de desistência
na obtenção de normas técnicas.
0 fator de desistência mais indicado pelos usuários de normas
técnicas foi devido a norma não foi mais necessária.
Infelizmente, não foi possível identificar as causas relacionadas
com o fator de desistência, dentre as possibilidades que podem ser
mencionadas talvez devido que as normas técnicas serem documentos
de aferição, conformidade de produtos e serviços, ou
também, a informação foi localizada em manuais técnicos
que tratam do mesmo assunto, ou ainda a existência de normas técnicas
equivalentes possam ter solucionado parte do problema, Ou ainda a aglomeração
de outros fatores tais como a difícil localização, mais
a demora de respostas positivas e o fator preço influenciaram para
que a norma técnica.
Em segundo lugar está devido a demora em obter a respectiva norma.
Este fator pode-se dizer que esteja interligado ao acervo, ou seja, quando
não existe o documento no centro de documentação, mesmo
utilizando o empréstimo interbibliotecário ocorre a demora
na obtenção da norma. Sugere-se um trabalho complementar de
organização de coleções de normas técnicas
entre bibliotecas centros de documentação e informação,
e, apesar de existirem iniciativas entre o Grupo de Centros de Informações
da Área de Energia Elétrica e o respectivo centro ser um elo
ativamente participante. Um exemplo a nível estadual é a centralização
da
- 94 -
informação de quem possui quais normas e material de apoio,
tal como ocorre no Grupo de Bibliotecários de Informação
Científica e Tecnológica no Paraná, onde o Instituto
de Tecnologia do Paraná centralizou as informações sobre
quem (instituição) possui o documento. Tudo isto para facilitar
o acesso a consulta de normas técnicas.
Outro fator observado na pesquisa foi referente ao engenheiro químico
onde indica que não desiste na obtenção da norma.
Provavelmente a experiência profissional tem refletido em sua conduta,
já que o mesmo esta a 19 anos trabalhando com normas técnicas.
Pode-se concluir que em geral as diversas categorias de engenheiros demonstraram
persistência em tentar obter as normas técnicas, o que provavelmente
indica que procuravam dados muito importantes para um bom desempenho de suas
atividades.
3.12 Barreiras idiomáticas: normas técnicas X usuários
Zen (198 9, p.38) expõe sobre as barreiras tanto podem ocorrer na
comunicação interpessoal quanto através das fontes documentárias.
As de ordem pessoal dizem respeito à personalidade do indivíduo,
enquanto as de natureza documentária podem tanto
- 95 -
dizer respeito às condições pessoais do indivíduo
quanto de acesso às publicações.
Castro (1985) afirma que a ciência se polariza em torno de um número
limitado de periódicos. Esse monopólio é exercido por
países industrializados que determinam também a idioma dominante
em cada área. O domínio de idiomas é, portanto, uma
variável significativa para o uso de normas técnicas. Em estudo
realizado por Polke (1983), os pesquisadores estimam que utilizam de 80%
a 100% de publicações em outros idiomas.
Ao observar a existência de normas técnicas publicadas em diversos
idiomas, questionou-se sobre a existência de barreiras idiomáticas
(questões 4 e 5) , ou seja, verificar em qual idioma aparecem a maioria
das normas técnicas necessitadas e quais os idiomas de domínio
dos usuários deste tipo de documento.
3.12.1 Idiomas das publicações das normas técnicas
A questão 4 possibilitou relacionar o grau em que aparecem as publicações
das normas técnicas conforme destacado pelos usuários. Resultando
na tabela 14:
- 96 -
Tabela 14: Idioma das publicações de normas técnicas
- soma dos postos.
Idioma de publicação
das normas técnicas
|
Sujeitos |
Soma
dos
Postos
|
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Português
|
290
|
160
|
150
|
600
|
Inglês
|
260
|
170
|
170
|
600
|
Alemão
|
100
|
120
|
130
|
350
|
Francês
|
120
|
20
|
-
|
140
|
Japonês
|
-
|
60
|
30
|
90
|
Espanhol
|
-
|
-
|
20
|
20
|
Observa-se na tabela acima, que os idiomas em que mais aparecem normas técnicas
necessitadas pelos usuários são o português e
o inglês. Verifica-se a importância do idioma estrangeiro,
principalmente o inglês, onde o domínio tecnológico e
cultural predomina na sociedade brasileira.
Quanto ao idioma português verifica-se a importância da ABNT
publicar mais normas para a necessidade da realidade brasileira. E também
a necessidade de um envolvimento maior dos diversos setores económicos
em formular normas poderia trazer um certo nível de independência
e avanço técnico-científico-cultural para a sociedade.
Os idiomas de publicações de normas alemão e
francês aparecem em terceiro e quarto lugares respectivamente.
Observa-se que a predominância de atuação da empresa
é o setor de energia elétrica, mas sem dúvida setores
da mecânica e eletroeletrônica são correlatos.
Os idiomas em que menos aparecem as normas técnicas nesta pesquisa
são respectivamente o japonês e o espanhol.
- 97 -
As normas técnicas necessitadas por número de usuários
segundo o idioma de origem das publicações resultou na Tabela
15.
Tabela 15: Idioma das publicações de normas técnicas
- número de sujeitos.
Idioma de publicação
das normas técnicas
|
Sujeitos |
Soma
dos
Sujeitos |
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Português
|
5
|
3
|
3
|
11
|
Inglês
|
5
|
3
|
3
|
11
|
Alemão
|
3
|
3
|
3
|
9
|
Francês
|
3
|
1
|
-
|
4
|
Japonês
|
-
|
2
|
1
|
3
|
Espanhol
|
-
|
-
|
1
|
1
|
Verifica-se na tabela acima que os idiomas português (100%) e inglês
(100%) foram os mais citados. E o idioma alemão aparece com 81,82%.
Pode-se dizer, portanto, que para elaborar uma coleção de normas
técnicas é muito importante verificar o domínio tecnológico
nas diversas áreas do conhecimento, este reflete diretamente sobre
o idioma das publicações existentes.
Os resultados da média ponderada dos dados coletados segundo o idioma
das publicações das normas técnicas e a área
de atuação dos usuários resultaram na Tabela 16 - Idioma
das publicações de normas técnicas - média ponderada.
Tabela 16: Idioma das publicações de normas técnicas
- média ponderada.
Idioma de publicação
das normas técnicas
|
Sujeitos |
Média
Ponderada |
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Português
|
58
|
53
|
50
|
54
|
Inglês
|
52
|
56
|
56
|
54
|
Alemão
|
40
|
20
|
-
|
46
|
Francês
|
33
|
40
|
43
|
38
|
Japonês
|
-
|
30
|
30
|
30
|
Espanhol
|
-
|
-
|
20
|
20
|
- 98 -
A correlação referente ao idioma das publicações
das normas técnicas utilizadas pelos usuários engenheiros químicos
e engenheiros mecânicos foi maior que o coeficiente crítico
que deve ser igual ou maior r = 0,82 9, no caso, o resultado foi r = 0,943,
isto significa que rejeitou-se a hipótese nula de que rs = 0 e aceitou-se
a hipótese experimental de que o idioma das publicações
das normas técnicas utilizadas por engenheiros químicos e engenheiros
mecânicos são variáveis correlacionadas. Enquanto a correlação
entre engenheiros eletricistas e engenheiros químicos tem significado
fortemente positiva (r = 0,729), mas não se pode generalizar o resultado.
Entre engenheiros eletricistas e engenheiros mecânicos o r = 0,586
também não foi significativa.
3.12.2 Idiomas de domínio dos usuários
A questão 5 possibilitou relacionar o grau de domínio de idiomas
dos usuários. Resultando na tabela 17:
Tabela 17: Idiomas de domínio dos usuários - soma dos postos.
Idioma de domínio
dos usuários
|
Sujeitos |
Soma
dos
Postos
|
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Inglês
|
250
|
100
|
150
|
500
|
Espanhol |
140
|
80
|
80
|
300
|
Alemão |
70
|
80
|
-
|
150
|
Francês
|
100
|
-
|
-
|
100
|
- 99 -
Observa-se na tabela acima que o idioma de maior domínio pelos usuários
é o inglês. Aparece em segundo lugar o espanhol,
e em terceiro o idioma alemão. Parte-se do pressuposto que
todos os sujeitos desta pesquisa dominam o idioma português devido
ser o idioma nacional, portanto pode-se dizer que os usuários de normas
técnicas dominam com boa influência um segundo idioma, no caso
o idioma inglês, e que o mesmo é de fundamental importância
devido ao fato que grande parte das normas técnicas procuradas estavam
neste idioma. Talvez as características de semelhança do espanhol
com o português facilitem o domínio deste idioma.
O idioma com menor freqüência de domínio é o francês.
Sabe-se que muitas áreas das engenharias estão relacionadas
a este idioma devido a influência do domínio tecnológico
dos países de origem do idioma francês. Imagina-se que devido
os usuários dominarem outros idiomas nos quais aparecem publicadas
normas técnicas oriundas de países de língua francesa
- por exemplo normas IEC) contribua para que os usuários não
necessitam dominar tanto o idioma francês.
Verifica-se que o idioma japonês não é de domínio
dos usuários. Existindo uma defasagem, pois notou-se na questão
5 o mesmo é mencionado 27,27% do casos.
O idioma de domínio dos usuários segundo a área de atuação
resultou na Tabela 18.
- 100 -
Tabela 18: Idioma de domínio dos usuários - número de
sujeitos.
Idioma de domínio
dos usuários
|
Sujeitos |
Soma
dos
Sujeitos |
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Inglês
|
5
|
2
|
3
|
10
|
Espanhol |
4
|
2
|
2
|
8
|
Alemão |
2
|
2
|
-
|
4
|
Francês
|
3
|
-
|
-
|
3
|
Verifica-se na tabela acima que o idioma inglês (90,91%) obteve
um maior índice de domínio, enquanto que o idioma espanhol
aparece com 72,72%.
A diferença marcante entre o idioma no qual a norma técnica
é publicada e idioma de domínio do usuário está
no alemão. Pois, somente 4 dos usuários (36,36%) dominam
este idioma, enquanto que 9 dos usuários (81,81%) mencionam que necessitam
significativamente de normas publicadas neste idioma. Portanto, pode-se considerar
uma grande barreira idiomática neste idioma.
Justifica-se a existência do profissional da informação
-tradutor - no centro de informação observado principalmente
devido as condições específicas referentes ao acervo,
com domínio em inglês e alemão. Possibilitando desta
forma, o acesso ao conteúdo das normas técnicas, colaborando
na redução das barreiras idiomáticas.
Os resultados da média ponderada dos dados coletados segundo o idioma
de domínio dos usuários de normas técnicas e de sua
área de atuação resultaram na Tabela 19 - Idiomas de
domínio dos usuários - média ponderada.
- 101 -
Tabela 19: Idioma de domínio dos usuários - média ponderada.
Idioma de domínio
dos usuários
|
Sujeitos |
Média
Ponderada
|
Eng.Eletr.
|
Eng.Quím.
|
Eng. Mec.
|
Inglês
|
55
|
50
|
50
|
50
|
Alemão |
35
|
40
|
-
|
37
|
Espanhol
|
35
|
40
|
40
|
37
|
Francês
|
33
|
-
|
-
|
33
|
A análise de correlação revelou que não houve
correlação significativa entre os idiomas de domínio
dos usuários das respectivas categorias de engenheiros, o coeficiente
crítico deve ser igual ou maior r = 0,900. O resultado apontou entre
engenheiros eletricistas e engenheiros químicos r = 0,025; entre engenheiros
eletricistas e engenheiros mecânicos apresentou r = 0,175; e entre
engenheiros químicos e engenheiros mecânicos r = 0,15.
- 102 -
4 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Apoiada na revisão de literatura empreendida neste estudo, no objetivo
geral que busca identificar o comportamento dos usuários de normas
técnicas segundo: tipo de informação, localização,
tempo e satisfação de busca e barreiras idiomáticas
referentes as normas técnicas, apresenta-se a seguir as conclusões,
sugestões e recomendações da pesquisa.
4.1 Conclusões da pesquisa
Levando em consideração as restrições de um estudo
de caso, como este, pode-se chegar as seguintes conclusões:
a) Características do ambiente da pesquisa
Empresa estatal, no setor energético, com 4000 funcionários,
610 engenheiros, 35 funcionários na Divisão de Documentação
sendo
- 103 -
2 bibliotecários, 1 tradutor e 1 técnico em documentação
envolvidos diretamente com o tratamento e recuperação de normas
técnicas. Acervo composto com cerca de 8000 normas técnicas
podendo ser utilizado como instrumento de recuperação do mesmo:
terminais (sistema "on-line"), listagens e catálogos.
b) Características dos usuários de normas
técnicas
Funcionários estatais, profissionais de nível superior, engenheiros
eletricistas, engenheiros químicos e engenheiros mecânicos,
os idiomas de domínio dos usuários são: português,
inglês e espanhol.
c) Questões referentes a análise dos
dados
Segundo as perguntas da pesquisa propostas, obteve-se o resultado:
Quais são as formas de atualização utilizadas pelos
usuários de normas técnicas?
As formas de atualização dos usuários podem ser destacadas
como fontes formais. Utilizam catálogos de entidades normalizadoras
(26%), revistas técnicas (21%), boletins técnicos (18%) , colegas
(17%) , biblioteca da empresa (16%) e como membro de entidade normalizadora
(2%).
Que tipo de normas técnicas são procuradas pelas diferentes
categorias de engenheiros?
- 104 -
Os tipos de normas técnicas mais utilizadas pelas diferentes categorias
de engenheiros são as de especificação, procedimentos
e métodos de ensaio.
Quais os motivos de utilização de normas técnicas?
Os motivos do uso de normas técnicas relacionados foram: para achar
a solução de um problema técnico (32%), definir um problema
(23%) e atualização (15%).
Onde e como são localizadas as normas técnicas?
As normas técnicas são procuradas e localizadas geralmente
na empresa (92%).
Qual o tempo gasto em obter normas técnicas?
0 tempo de busca ocorre num período de até 2 horas (63%), podendo
ser considerado também como barreira que dificulta o uso de normas
técnicas. A demora leva a refletir sobre o desempenho da unidade de
informação quanto ao atendimento aos usuários de normas
técnicas.
Que motivos provocam a desistência na busca de normas técnicas?
Quando a norma técnica não é mais necessária
e também a demora em obtê-la foram considerados como fatores
de desistência.
Quais as barreiras idiomáticas existentes entre as categorias de
usuários e as normas técnicas?
- 105 -
Os usuários indicaram que necessitam de normas técnicas nos
seguintes idiomas: português (100%), inglês (100%), alemão
(82%), francês (36%), japonês (27%) e espanhol (9%).
Além do domínio geral do idioma português, os usuários
dominam os seguintes idiomas: inglês (91%), espanhol (72%), alemão
(36%) e francês (27%).
4.2 Conclusões
A busca e utilização de normas técnicas pelos engenheiros
envolvidos em um dado momento demonstra que varia em decorrência do
trabalho que estão executando.
A facilidade e a rapidez constituem os fatores mais importantes para determinarem
o grau de acesso e uso de normas técnicas. Faz-se necessário
que outras pesquisas dêem prosseguimento a investigação
às necessidades dos engenheiros nas áreas elétrica,
mecânica e química, pois estas variam conforme fatores: usuário,
finalidade, tempo, lugar e outras alternativas a serem identificadas.
Também deve-se refletir sobre questões de como efetuar a divulgação
para motivar os usuários potenciais a utilizarem mais as informações
disponíveis em normas técnicas. Levanta-se a
- 106 -
questão dos não-usuários de normas técnicas,
quais os motivos de não utilizarem normas técnicas para desempenharem
suas funções?
4.3 Sugestões
A coleção de normas técnicas, precisa ter entre outros,
livros, manuais técnicos, periódicos, serviços informativos,
reportagens técnicos cientificas, dicionários técnicos
bilíngües, catálogos de entidades normalizadoras, o acesso
a bases de dados, etc, para auxiliar o usuário no uso da informação.
Uma coleção de normas técnicas bem estruturada, deve
observar as solicitações e interesses dos usuários.
Uma biblioteca ou um centro de informação e documentação
necessita, portanto, cada vez mais de padrões para uma política
de aquisição de normas técnicas.
Sugere-se estudos complementares sobre a utilização dos tipos
de normas técnicas, verificando a utilização dos demais
tipos existentes, para futuras generalizações sobre a importância
das mesmas.
Sugere-se que sejam realizados outros estudos, por exemplo, identificação
de maior número de usuários verificando a relação
de tempo de formação profissional e experiência no uso
de normas técnicas. É necessário pesquisar mais amplamente
as
- 107 -
características pessoais destes profissionais, especialmente quanto
â definições de alvos e comportamentos.
4.4 Recomendações
Os assuntos tratados nesta pesquisa necessitam de estudos mais abrangentes,
por um lado, enfocando aspectos sobre os usuários de normas técnicas,
verificando as necessidades de uso, limitações e seu desempenho
referentes ao processo de aquisição e utilização
das mesmas. Por outro lado, é necessário efetuar-se estudos
mais específicos acerca do comportamento dos profissionais da informação,
principalmente no que se refere ao preparo profissional e cursos de educação
permanente. Um primeiro passo deve ser no sentido de conhecimento das necessidades
informacionais das pessoas envolvidas no processo de aquisição,
processamento técnico, disseminação, armazenamento e
utilização de normas técnicas. Com novos estudos, resultados
complementares serão obtidos os quais permitirão mudanças,
inovações, elaboração de políticas para
bibliotecas, centros de documentação e informação,
permitindo determinar o tipo da coleção e até o tipo
de treinamento das pessoas envolvidas.
Também é necessário conduzir estudos comparativos entre
engenheiros que atuam nas indústrias, em Universidades e nos Centros
de Pesquisa verificando as demandas (motivos de uso e
- 108 -
satisfação) diferenciadas dos tipo de normas técnicas
e fontes utilizadas. Isto seria relevante e poderia enriquecer sobremaneira
o conhecimento disponível na área, fornecendo subsídios
imprescindíveis para os profissionais da informação.
Por outro lado, surge a questão: de como os profissionais da informação
- bibliotecários, cientistas da informação - tentam
eliminar as próprias barreiras idiomáticas. Pois, questiona-se
como estes profissionais adquirem materiais bibliográficos, principalmente
em idiomas diferentes do português, e, como estes poderão prestar
um serviço de referência qualitativo.
Será que os cursos de graduação e pós-graduação
em biblioteconomia e ciência da informação estão
formando
profissionais com capacidade de dominar um ou mais idiomas universais?
Quais outros recursos lingüísticos que o profissional, que não
domina idiomas universais, utiliza? Onde é possível encontrar
informações sobre tradutores técnicos cadastrados, desconsiderando
a agenda pessoal de cada profissional da informação? Os centros
de apoio, tais como Núcleos Básicos de Pesquisa.ou Universidades
possibilitam que tipo de ajuda, possuem cadastros de tradutores?
E a ABNT, que representa as Entidades Normalizadoras Internacionais, por
que demora tanto em efetuar a solicitação de pedidos de normas
técnicas internacionais às Instituições que desejam
adquirir as respectivas normas técnicas internacionais?
- 109 -
Fazendo que se utilize um caminho moroso, apontado conforme a pesquisa de
Montalli (1991, p.46), identificou-se estar ocorrendo morosidade no processo
de fornecimento de documentos normativos de outras entidades normativas internacionais
por parte da ABNT devido, entre outros motivos, a política econômica
que restringe a remessa de dólares para o exterior.
Pode-se acrescentar ao pensamento exposto por Montalli, que existe uma deficiência
dos serviços prestados pelos órgãos como ABNT e IPT.
0 primeiro pela demora do atendimento, ou seja, ao solicitar uma norma internacional
existe uma demora de entrega da mesma de 3 a 6 meses, ainda correndo o risco
de não recebê-la. Outro exemplo observado em relação
à ABNT é ao processo de consultas: numa visita na Delegacia
de São Paulo observou-se inúmeros estudantes de engenharia
copiando manualmente as normas, enquanto a ABNT fornecia cópias de
normas técnicas pelo preço de normas impressas, ou seja, normas
originais. Neste caso, por que a ABNT não adota uma política
interna de divulgação de normas aos estudantes por um preço
mais acessível, como por exemplo, o Instituto de Normalização
Alemão, onde possibilita adquirir normas mais baratas e as mesmas
passam a ser mais divulgadas e utilizadas. Com relação ao IPT,
verifica-se uma estrutura muito bem definida e que funciona, mas, ao solicitar
determinada norma ao IPT, o usuário recebe uma cópia (onde
ficam as questões dos direitos autorais - "copyright" ?) além
de pagar até três vezes o valor da norma. Cabe aqui, mencionar
uma crítica dos serviços prestados como estes, que têm
respaldo financeiro de instituições públicas e privadas,
pois, devem levar mais a sério o serviço
- 110 -
oferecido, e principalmente estarem de acordo com a realidade econômica
e as mudanças na produtividade e controle da qualidade brasileira.
O exemplo de adquirir normas em empresas multinacionais através da
matriz ou coligada, e as empresas nacionais sucumbem devido a demora na obtenção
da norma. Enquanto outra Instituição de renome nacional, o
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo, monopoliza
o acesso, em outras palavras, muitas vezes, devido sua ótima estrutura
organizacional do acervo, possuem as normas solicitadas, mas, devido a questão
de custos impossibilita grande parte das pequenas e médias empresas
a obterem as normas solicitadas. Ressalta-se que existe uma rede toda estruturada
servindo esta instituição. Em resumo o que acontece é
que o IPT adquire as normas, faz "estoque", e depois vende a cópia.
Enquanto a ABNT, quando solicitada, vende a norma técnica nacional-estrangeira
e internacional no original.
Fica a pergunta: como o empresário comum vai adquirir normas internacionais,
quais são as chances destes empresários competirem com a(s)
empresa(s) internacional(is) ou com as grandes empresas nacionais?
Será que o serviço proporcionado de consulta, pelo IPT, aos
não-sócios, isto é, consulta local das normas, disponível
para indivíduos ou empresas, a quem se dispor de copiar manualmente,
poderá trazer o desenvolvimento em tantas áreas do conhecimento
que tantos ambicionam?
- 111 -
Será que a atual política de desenvolvimento cientifico, tecnológico
e industrial está consciente dos recursos prestados e existentes?
E, quais as propostas para mudar o atual sistema de oferta de normas técnicas?
Outras questões devem ser aprofundadas em outras pesquisas relacionadas
com o usuário de normas técnicas e os profissionais da informação,
entre elas destacam-se:
- Como o profissional da informação está
sendo capacitado para o tratamento de normas técnicas? E também
no uso e aplicação de novas tecnologias que facilitam a recuperação
destes documentos?
- Que tipo de formação profissional as faculdades, escolas
e cursos de especialização estão oferecendo aos profissionais
da informação que trabalham com normas técnicas?
- Detectar o perfil de quem realmente é o profissional da informação,
devido existirem profissionais de áreas como: engenharias, análise
de sistemas e biblioteconomia entre outros. Qual o papel do bibliotecário
neste contexto?
- Como os usuários de normas técnicas são treinados
ou introduzidos, tanto na formação profissional como também
pela biblioteca, para estes documentos?
- 112 -
- Quais e que tipo de políticas nacionais estão
atendendo a demanda de informação científica e tecnológica
para o controle da qualidade e produtividade?
Com esta pesquisa pretendeu-se contribuir para ampliar o conhecimento sobre
normas técnicas tanto para os profissionais da informação,
bem como caracterizar os usuários de normas técnicas, precisamente
aos engenheiros das áreas elétrica, mecânica e química.
Os resultados obtidos foram úteis à empresa pesquisada, particularmente
à Divisão de Documentação Técnica, mas
poderão fornecer subsídios para todos aqueles que trabalham
com este tipo de documento independentemente do centro de informações.
E espera-se com este estudo atrair outros profissionais da área para
a pesquisa da temática aqui enfocada, possibilitando a construção
do início de uma linha de pesquisa sobre normas técnicas.
- 113 -
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- 123 -
Apêndice A Modelo do ofício
xxxxxxxxx xxxxxxxxxxo xxxxxx xxxxxxxxxx
Exmo. Sr. Xxxxxxx Xxxxxxxxx Xxxxxxx Xxxxxxxxxxxxxx Rxx Xxxxxx Xxxxxxxxx,
xxxx 00000 - 000 Xxxxxxx X.X.
Campinas, xx de xxxxx de 1992.
Assunto: Coleta de dados para a pesquisa de pós-graduação.
Exmo. Sr.:
No intuito de realizar a pesquisa para o Curso de Pós-Graduação
em Biblioteconomia (Mestrado) da Pontifícia Universidade Católica
de Campinas (PUCCAMP - S.P.), solicito a V. Exma. a autorização
para a coleta de dados na Biblioteca desta Instituição.
0 enfoque da pesquisa é sobre Normas Técnicas. Pretende-se
coletar dados para identificar os requisitos necessários sobre o desempenho
profissional, questões sobre tratamento do acervo e determinar condições
específicas em relação aos procedimentos e políticas
sobre este tipo de documento.
Esta pesquisa está sendo executada pela mestranda - bolsista do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
sem ónus para a Instituição. Quanto a ética profissional,
a pesquisadora compromete em revelar dados agregados, isto é, usando
tabelas, gráficos e ou figuras, omitindo a identificação
da Instituição caso seja necessário.
Conto com Vossa colaboração, agradeço Atenciosamente
Ursula Blattmann
Mestranda em Biblioteconomia - PUCCAMP
Praça da Imaculada, 13 5 - Swift 13045 Campinas S.P.
- 124 -
Apêndice B Normas técnicas: estudo sobre a recuperação
e uso
URSULA BLATTMANN .
Mestranda em Biblioteconomia
Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUCCAMP
Por favor responda as questões abaixo, segundo ao que se pede. Poderão
ser utilizados lápis ou canetas, conforme a sua preferência.
Poderá ser utilizado o verso das páginas deste formulário
para o preenchimento das respostas. Neste caso, pede-se por gentileza, que
identifique a questão para qual está sendo dada a resposta.
As respostas deverão ser sua opinião pessoal, podendo divergir
das pessoas que trabalham em sua instituição.
Os dados obtidos serão codificados e apresentados suas freqüências
e ou porcentagem. A confiabilidade será efetuada para todas as respostas,
omitindo-se os respectivos nomes.
Os resultados desta pesquisa serão dissertação de mestrado
na PUCCAMP.
Após o preenchimento deste formulário, entregue-o ao setor
de Normas Técnicas na Biblioteca da Instituição.
Data de hoje / /
1 - Nome: _______________ Função: ________________________
2 - Formação:
Universitária: _______________________________________ Concluído
em: ______
Cursos de Especialização: _____________________________
Outros (Viagens de Estudos, etc.): _______________________
3 - Há quanto tempo em seu trabalho,
você utiliza normas técnicas?
( ) menos de 2 anos ( ) de 2 a 6 anos
( ) de 6 a 10 anos ( ) mais de 10 anos
- 125 -
4 - Em que idiomas aparecem as normas técnicas que você utiliza?
Favor enumerar segundo o grau de ocorrência: do
maior (1) ao menor.
( ) Português.
( ) Inglês.
( ) Francês.
( ) Alemão.
( ) Japonês.
( ) outros ( Quais?: )
5 - Quais os idiomas que você domina ?
Idiomas lê, fala,
escreve
1. inglês ( )
( ) ( )
2. francês ( )
( ) ( )
3. alemão ( )
( ) ( )
4. espanhol ( ) ( )
( )
5. japonês ( )
( ) ( )
6. russo ( ) ( )
( )
7. outros: quais?
6 - Como você se mantém atualizado em relação
as normas técnicas? (Favor indicar o grau de ocorrência do maior
(1) ao menor.)
( ) Através de indicações de colegas da área.
( ) Leitura de revistas técnicas.
( ) Leitura de Boletins técnicos.
( ) Membro de entidade normativa.
( ) catálogos das entidades normalizadoras (ABNT,etc)
( ) Verificando as divulgações da biblioteca.
( ) outros (por favor especifique):
7 - Quando foi a última vez que você precisou de uma norma técnica?
( ) hoje ( ) ontem ( ) esta semana
( ) semana passada ( ) este mes ( ) há mais tempo
8 - Quanto tempo você acha que gastou para obter a respectiva norma
técnica?
( ) menos de 15 min. ( ) de 15 a 30 min.
( ) menos de 1 hora ( ) 2 horas
( ) 1 dia ( ) 1 semana ( ) 15 dias (
) 1 mes
( ) mais tempo. (Favor indicar quanto
tempo):
- 126 -
9 - Em referência a última norma técnica que você
utilizou, qual a informação que você procurava? (Assinale
segundo o grau de ocorrência: do maior (1) ao menor.)
( ) Procedimento
( ) Especificação
( ) Padronização
( ) Terminologia
( ) Simbologia
( ) Classificação
( ) Métodos de ensaios
( ) Outros:
10 - Para que você precisou desta informação? (Por indique
o grau de ocorrência: do maior (1) ao menor.)
( ) Achar a solução de um problema técnico.
( ) Achar a solução de um problema administrativo.
( ) Identificar as exigências de um cliente.
( ) Definir um problema.
( ) Manter-se atualizado.
( ) Achar dados sobre produção, projetos, etc.
( ) outros (Por favor especifique):
11 - Qual foi a primeira fonte (norma técnica, catálogo, listagens,
etc.) a ser consultada para procurar a informação? (Se foi
uma pessoa, indique seu nome, sua ocupação e onde trabalha).
Nome: _________________________ Ocupação
: ________________
Trabalho: ____________________________________________________
12 - Onde foi localizada? (Favor enumerar do primeiro passo até obter
a norma técnica.)
( ) Nos arquivos pessoais.
( ) Nos arquivos do Departamento.
( ) Na coleção de colegas.
( ) Na biblioteca da empresa onde trabalha.
( ) Em outra biblioteca.
( ) No posto de vendas da ABNT.
( ) Não obteve a norma procurada.
( ) Em outro local (Especifique):
13-0 que você conseguiu da primeira fonte de informação
consultada? Favor enumerar segundo o grau de ocorrência: do maior (1)
ao menor.
( ) Toda a informação desejada.
( ) Parte da informação.
( ) Referência para outra fonte.
( ) Informação irrelevante ou inapropriada.
( ) Nenhuma informação.
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14 - Se você consultou mais de uma fonte de informação,
qual foi a segunda fonte mais utilizada? (Escolha na questão 12 a
resposta que melhor descreve a situação)
________________________________________________
15 - Se você não obteve toda a informação, o que
fará?
( ) Vai desistir da busca.
( ) Vai esperar por uma resposta.
( ) Vai tentar outra hora.
( ) Outros (Especifique): ______________________________________
16 - No caso de desistir da busca de uma norma, quais os fatores que fizeram
você desistir da norma técnica? (Favor indicar o grau de ocorrência.)
( ) demora em obter a respectiva norma.
( ) não foi mais necessário a norma.
( ) não foi possível encontrá-la no Brasil.
( ) problemas referentes ao custo da aquisição da norma.
( ) Outros (por favor especifique): ________________________________
Grata pela sua colaboração!
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