Gestión y custodia de datos oceanográficos en Brasil: recursos existentes y recomendaciones

Couto Corrêa da Silva, Fabiano Gestión y custodia de datos oceanográficos en Brasil: recursos existentes y recomendaciones., 2013 . In III Conferencia Internacional de "Acceso abierto, preservación digital y datos científicos" III Conferecia Bibliotecas y Repositorios Digitales de América Latina (BIREDIAL '13) VIII Simposio Internacional de Bibliotecas Digitales (SIBD '13), Ciudad de la Investigación, Universidad de Costa Rica, 15-17 octubre 2013. (Unpublished) [Conference paper]

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A falta de uma infraestrutura de dados oceanográficos disponíveis de forma aberta tornou-se um entrave para o avanço da pesquisa científica brasileira em diversas áreas. Esta carência obriga pesquisadores a adotarem alternativas metodológicas para cruzar dados primários que poderiam ser levantados rapidamente em uma plataforma que reunisse dados referenciais financiados com investimento público. Falhas estruturais sobre a gestão dos dados oceanográficos e as pesquisas realizadas na Antártida ampliam a necessidade de mecanismos eficientes de divulgação científica, principalmente no que se refere à dissociação entre dados válidos e úteis, dos conteúdos desnecessários ou obsoletos para pesquisadores, centros de pesquisa e universidades. A organização adequada de dados sobre o ambiente marinho e polar[1] envolve diversas etapas, desde a aquisição ao arquivamento, controle da qualidade e sua consequente divulgação. No Brasil, a gestão dos dados oceanográficos é realizada por diversas instituições e centros de pesquisa que utilizam regras de padronização próprias, causando uma grande desarticulação na estrutura como diferentes núcleos de investigação ordenam os dados capturados nos oceanos. Essa incompatibilidade de formatos de registros impossibilita o intercâmbio sistêmico de dados, dificultando estabelecer conexões que permitam um diagnóstico amplo sobre as intervenientes do processo de estudos do ambiente oceanográfico. A ausência de padronização adequada de dados tem diversas razões, como a falta de conhecimentos específicos, recursos para sistematização e até mesmo práticas arraigadas que tomam os dados para uso exclusivamente interno em centros de pesquisa. Quando pesquisadores se deparam com a necessidade de confrontar dados oceanográficos de origens e intervalos temporais distintos, encontram uma gama de formatos e métodos de organização de dados, centralizados em suportes tecnológicos que impossibilitam o compartilhamento (preservação em disquetes, Cd-rom, ficheiros, etc), métodos de gestão específicos dos órgãos de investigação e pesquisadores, além de não utilizarem normas estabelecidas e utilizadas internacionalmente, causando entraves para participar de projetos dentro e fora do país, além da duplicação de esforços para ajustar dados mais antigos como embasamento para novas pesquisas. Em geral, as bases de dados brasileiras foram desenvolvidas ao longo dos anos por equipes diferentes, são falhas em documentação e manipulam uma série de pesquisas que possuem conteúdo e objetivos similares, além de estarem dispersas em repositórios de diversos centros de pesquisa brasileiros, tais como gabinetes de hidrografia, serviços geológicos, autoridades locais, organismos ambientais, institutos de investigação e universidades. O Brasil, até o momento[2], não possui uma base de dados estruturada relativa às pesquisas que integram dados oceanográficos e o Programa Antártico Brasileiro (Proantar)[3]. Todavia, as pesquisas oceanográficas brasileiras contemplam, desde o oceano profundo até às zonas costeiras, estuários e as camadas polares da Antártida, levando em consideração os estudos desenvolvidos pelos distintos setores ligados ao ambiente marinho, entre eles acadêmico, militar, tecnológico e outros. A possibilidade de adotar estratégias de fomento à pesquisa, baseadas em dados que não refletem a totalidade, é um risco que não se deve correr, tendo à disposição instrumentos tão eficientes de organização, preservação e divulgação de achados de pesquisas. Assim, a construção de uma base de dados ordenada sobre a produção científica de dados oceanográficos e as pesquisas realizadas no Pólo Sul pode tornar possível descrever as características da produtividade brasileira relativa às grandes áreas de estudos oceanográficos e polares. Essa é uma forma eficaz de superar os desafios impostos pelo grande fluxo de dados (SANTOS; MIRAGLIA, 2009; FACHIN et al. 2009). O Brasil tem demonstrado ser um membro atuante do Tratado da Antártida, realizando projetos científicos de alta relevância. O Proantar fomentou pesquisas de qualidade elevada em mais de 30 anos de ação[4], permitindo que a ciência polar brasileira se inserisse no cenário científico internacional de forma bastante competente. Contudo, para pesquisas em ambiente polar, nas quais as dificuldades podem levar a consequências onerosas para as instituições de fomento à ciência, a gestão adequada de dados que representem as atividades e pesquisas científicas brasileiras deve ser uma vantagem científica a ser almejada, adotando estratégias de fomento à organização de dados que reflitam amplamente os estudos oceanográficos brasileiros, bem como as tendências mundiais de pesquisa. A pesquisa oceanográfica brasileira engloba diferentes estudos, dentre eles a dinâmica do oceano (correntes marítimas, ondas e marés), a geologia do fundo submarino (forma, composição e formação do fundo); a composição química de massas de água; recursos minerais marinhos; biodiversidade marinha; organismos e ecologia marinha. Para realizar estudos nas diversas áreas de pesquisa que atua, são utilizados instrumentos de detecção para medir a pressão, temperatura e salinidade do mar, utilizando aparelhos específicos que geram uma grande quantidade de dados, possibilitando estudar os processos integrados à circulação dos mares, prevendo o seu comportamento, além de servir como parâmetro para calibrar equipamentos de coleta de dados em alto mar. Esta investigação parte da prerrogativa que a abertura de uma plataforma acessível para os pesquisadores unificando a produção científica nacional ultrapassaria o âmbito das universidades e centros de pesquisa, assegurando que as pesquisas e dados oceanográficos sejam armazenados e facilmente acessíveis, preservando e ampliando o acesso da representação brasileira nos cenários nacional e internacional. Diante dessa perspectiva, propomos o desenvolvimento de um modelo para arquivar, tratar e divulgar dados oceanográficos de forma estruturada entre todos os centros de pesquisa brasileiros, contribuindo de modo significativo para o desenvolvimento científico no âmbito das Ciências do Mar. Para tanto, a contribuição do presente estudo será viabilizada com a proposição de uma infraestrutura para suportar o e-science, envolvendo todos os pesquisadores brasileiros em torno de uma rede de conhecimento sobre estudos oceanográficos e polares.

Item type: Conference paper
Keywords: Polar Data, Data Management; Ocean; Antartida; Marine Environment
Subjects: L. Information technology and library technology
Depositing user: Andrey Barrantes Vargas
Date deposited: 06 Dec 2013 20:58
Last modified: 02 Oct 2014 12:28
URI: http://hdl.handle.net/10760/20511

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