Prova documental: inscrições e materialidade

Rabello, Rodrigo and Rodrigues, Georgete Medleg Prova documental: inscrições e materialidade. Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação, 2014, vol. 7, n. 2, pp. 1-21. [Journal article (Paginated)]

[img] Text
Rabello_Rodrigues_2014_prova documental.pdf

Download (483kB)

English abstract

Studies developed under the theoretical specter of information science, in the fields of Archival Science and Diplomatics, with an important referential in the concept of “documental proof.” Nevertheless, such studies sometimes lack subsidies to place the construct in other theoretical traditions. In order to bring an alternative to that situation, we aim to identify a panorama of conceptions of “documental proof” so as to understand the influence of the concept for the constitution of scientific disciplines or, consequently, for clarification of the use of the expression concerning professional practices and theoretical constructions. Thus, we turned to theoreticians placed in the core of the French “school” or “movement” of the Annales, also known as “new history”, dealing with: i) the role of inscriptions for Archives and Diplomatics; ii) the influence of inscriptions for “traditional history”; and iii) materialness expressions in the bowl of material culture. Three meanings were finally identified for “documental proof”: “word imprisonment”, “reality representation” and “discourse legitimizing”.

Portuguese abstract

Estudos desenvolvidos sob o espectro teórico da ciência da informação, sobretudo nos campos da arquivologia e da diplomática, têm no conceito “prova documental” um importante referencial; entretanto, por vezes, tais estudos carecem de subsídios para situar o construto em outras tradições teóricas. Com vistas a trazer uma alternativa à mencionada situação, objetiva-se identificar um panorama de concepções de “prova documental” de modo a compreender a influência do conceito para a constituição de disciplinas científicas ou, por conseguinte, para o esclarecimento do uso da expressão relacionado a práticas profissionais e a construções teóricas. Para tanto, recorreu-se a teóricos situados no âmago da “escola” ou do “movimento” francês dos Annales, também conhecido como “história nova”. Abordaram-se: i. papel das inscrições para o arquivo e para a diplomática; ii. influência das inscrições para a “história tradicional”; iii. expressões de materialidade no bojo da cultura material. Ao final identificaram-se ao menos três sentidos de “prova documental” denominados “aprisionamento da palavra”, “representação da realidade” e “legitimação do discurso”.

Item type: Journal article (Paginated)
Keywords: Documental proof; Archive; Diplomatics; Traditional history; New history.
Subjects: B. Information use and sociology of information
B. Information use and sociology of information > BC. Information in society.
Depositing user: Rodrigo Rabello
Date deposited: 15 Oct 2015 22:51
Last modified: 15 Oct 2015 22:51
URI: http://hdl.handle.net/10760/28160

References

APPADURAI, A. Introdución: las mercancías y la política del valor. In:______. (Ed.). La vida social de las cosas: perspectiva cultural de las mercancias. México: Grijalbo, 1991. p.17-87.

BARTHES, R.; MARTY, E. Oral/Escrito. In: ENCICLOPÉDIA EINAUDI. Lisboa: Imprensa Nacional; Casa da Moeda, 1987. v. 11, p. 32-57.

BAUER, W. Documentos. In:______. Introducción al estudio de la História. Trad. 2.ed. alemã por Luis G. de Valdeavellano. 3.ed. Barcelona: Bosch, 1957. p.354-377.

BLOCH, M. Introdução à História. Ed. rev. aum. e criticada por Étienne Bloch. [S.l.]: Forum da História/Publicações Europa-América, 1997.

BUARQUE DE HOLANDA, S. Introdução: o atual e o inatual em Leopold von Ranke. In: RANKE, Leopold von. História. Org. Sérgio Buarque de Holanda. Coord. Florestan Fernandes. São Paulo: Ática, 1979. p.7-62.

BUCAILLE, R.; PESEZ, J.-M. Cultura material. Trad. Rui Santana Brito. In: ENCICLOPÉDIA EINAUDI. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1989. v.16.

BURKE, P. Abertura: a nova história, seu passado e seu futuro. In: ______. (Org.). A escrita da história: novas perspectivas. Trad. Magda Lopes. São Paulo: UNESP, 1992. p.7-37.

______. A Escola dos Annales: 1929-1989: a revolução francesa da historiografia. Trad. Nilo Odália. São Paulo: UNESP, 1997.

CHARTIER, R. História positivista. In: LE GOFF, J.; CHARTIER, R.; REVEL, J. et al. (Org.). A nova história. Trad. Maria H. Arinto e Rosa Esteves. Coimbra: Almedina, 1978. p.516-518.

DERRIDA, J. O mal de arquivo: uma impressão freudiana. Rio de Janeiro: RelumeDumará, 2001.

DURANTI, L. Registros documentais contemporâneas como prova de ação. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v.7, n.13, p.49-64, 1994.

______. Diplomática: usos nuevos para una antigua ciencia. Tradução de Manuel Vászquéz. Carmona: S & C Ediciones, 1995.

ELIAS, A. A. V. A vontade de verdade, a informação e o arquivo. 2012. 122p. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.

FAVIER, J. Les archives. Paris: Presses Universitaires de France, 2001.

FOUCAULT, M. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

______. A Arqueologia do Saber. Trad. Miguel Serras Pereira. Lisboa: Almedina, 2005.

FREITAS, L. S. Documento e poder: uma arqueologia da escrita. Morpheus, Rio de Janeiro, v. 7, p. 1-15, 2009. Disponível em: <http://www4.unirio.br/morpheusonline/numero14-2012/artigos/lidia_pt.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2014.

GAY, P. Ranke: o crítico respeitoso. In:______. O Estilo na História. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p.63-93.

GONZÁLEZ DE GÓMEZ, M. N. Regime de informação: construção de um conceito. Inf. & Soc.:Est., v.22, n.3, p. 43-60, set./dez. 2012. Disponível em: <http://www.ies.ufpb.br/ojs/index.php/ies/article/view/14376>. Acesso em: 16 maio 2012.

KOPYTOFF, I. La biografía cultural de las cosas: la mercantilización. In: APPADURAI, A. (Ed.). La vida social de las cosas: perspectiva cultural de lãs mercancias. México: Grijalbo, 1991. p.89-122.

LE GOFF, J. A história nova. In: LE GOFF, J.; CHARTIER, R.; REVEL, J. et al. (Org.). A nova história. Trad. Maria H.Arinto e Rosa Esteves. Coimbra: Almedina, 1978. p.253-288.

______. Documento/monumento. In:______. História e memória. Trad. Bernardo Leitão et al. 3.ed. Campinas: Ed. UNICAMP, 1994. (Coleção Repertórios).

MARQUES, A. A. C. A arquivologia brasileira: busca por autonomia científica no campo da informação e interlocuções internacionais. Rio de Janeiro: AAB, 2013.

PAULIUS RABIKAUSKAS, S. J. Diplomática general. Trad. Manuel Anguiano Villegas. Roma: [s.n.], 2000.

PESEZ, J.-M. A história da cultura material. In: LE GOFF, J.; CHARTIER, R.; REVEL, J. et al. (Org.). A nova história. Trad. Maria Helena Arinto e Rosa Esteves. Coimbra: Almedina, 1978.

POMIAN, K. A história das estruturas. In: LE GOFF, J.; CHARTIER, R.; REVEL, J. et al. (Org.). A nova história. Trad. Maria Helena Arinto e Rosa Esteves. Coimbra: Almedina, 1978. p.183-208.

RABELLO, R. A face oculta do documento: tradição e inovação no limiar da Ciência da Informação. 2009. 331f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Universidade Estadual Paulista, Marília, 2009.

______. A dimensão categórica do documento na Ciência da Informação. Encontros Bibli, v. 16, p. 131-156, 2011. Disponível em: <http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/pbcib/article/view/13237>. Acesso em: 20 maio 2014.

REDE, M. História a partir das coisas: tendências recentes nos estudos de cultura material. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v.4, p.265-282, 1996.

______. Estudos de cultura material: uma vertente francesa. Anais do Museo Paulista, São Paulo, v.8/9, p.281-291, 2003.

REIS, J. C. A História, entre a Filosofia e a Ciência. 3.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

RENDÓN ROJAS, M. Á. Bases teóricas y filosóficas de la Bibliotecología. 2.ed. México-DF: UNAM, Centro Universitario de Investigaciones Bibliotecológicas, 2005. (Sistemas Bibliotecarios de Información y Sociedad).

RODRIGUES, G. M. O acesso aos arquivos: evolução de um conceito. In: RODRIGUES, G. M.; COSTA, M. G. (Org.). Arquivologia: configurações da pesquisa no Brasil: epistemologia, formação, preservação, uso e acesso. Brasília: Ed. UnB, 2002. p.237-263.

SCHMITT, J.-C. A história dos marginais. In: LE GOFF, J.; CHARTIER, R.; REVEL, J. et al. (Org.). A nova história. Trad. Maria Helena Arinto e Rosa Esteves. Coimbra: Almedina, 1978. p.394-426.

SILVA, A. M. et al. Arquivística: teoria e prática de uma Ciência da Informação. Porto: Afrontamento, 1999.

THIESEN, I. Documentos “sensíveis”: produção, retenção, apropriação. Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação, v.6, n.1, 2013. Disponível em: <http://inseer.ibict.br/ancib/index.php/tpbci/article/viewArticle/97>. Acesso em: 29 jul. 2014.

TOGNOLI, N. B. A construção teórica da Diplomática: em busca de uma sistematização de seus marcos teóricos como subsídio aos estudos arquivísticos. 2013, Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Universidade Estadual Paulista, Marília, 2013.

VUILLEMIN, J. Conceito. In: ENCICLOPÉDIA EINAUDI. Lisboa: Imprensa Nacional; Casa da Moeda, 1987. v.37. p. 77-124.


Downloads

Downloads per month over past year

Actions (login required)

View Item View Item